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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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454 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

A palavra παραζηλω̑σαι, aqui usada, <strong>de</strong>nota o sentimento <strong>de</strong> inveja<br />

ou ciúme que nos consome quando vemos outros sendo preferidos<br />

a nós. Se, pois, o propósito do Senhor é provocar ciúmes, os ju<strong>de</strong>us<br />

não haviam caído com o fim <strong>de</strong> ser lançados na <strong>de</strong>struição eterna,<br />

mas para que a bênção divina, a qual haviam <strong>de</strong>sprezado, pu<strong>de</strong>sse<br />

alcançar os gentios, a fim <strong>de</strong> que os ju<strong>de</strong>us mesmos pu<strong>de</strong>ssem<br />

também, e finalmente, ser <strong>de</strong>spertados para buscarem o Senhor <strong>de</strong><br />

quem haviam apostatado tanto.<br />

Entretanto, não há motivo para que os leitores se afadiguem<br />

em <strong>de</strong>masia com a aplicação <strong>de</strong>ste testemunho. Paulo mesmo não<br />

se preocupa em forçar o significado <strong>de</strong> palavras, porém faz alusão<br />

somente ao que constitui uma prática comum e notória. Assim como<br />

o ciúme é <strong>de</strong>spertado numa esposa que foi rejeitada por seu esposo,<br />

por sua própria falta <strong>de</strong> esforço em buscar reconciliação, então,<br />

diz ele, é possível que os ju<strong>de</strong>us, ao perceberem que os gentios são<br />

recebidos em seu lugar, sejam tocados <strong>de</strong> tristeza por sua própria<br />

rejeição e busquem a reconciliação.<br />

12. Ora, se a queda <strong>de</strong>les resultou em riquezas para o mundo.<br />

O apóstolo havia ensinado que os gentios só assumiram o lugar dos<br />

ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>pois que estes foram rejeitados, para não tornar a salvação<br />

dos ju<strong>de</strong>us um escândalo para os gentios, como se a salvação <strong>de</strong>stes<br />

repousasse na <strong>de</strong>struição daqueles. Ele, pois, antecipa este falso conceito,<br />

e afirma, ao contrário, que nada po<strong>de</strong>ria contribuir mais para<br />

promover a salvação dos gentios do que a graça divina florescendo e<br />

revelando seu vigor entre os ju<strong>de</strong>us, numa magnífica extensão. Para<br />

provar esta tese, ele usa um argumento partindo do menor para o maior.<br />

Se a queda dos ju<strong>de</strong>us ressuscitaria os gentios, e seu empobrecimento<br />

os enriqueceria, o que dizer, pois, <strong>de</strong> sua plenitu<strong>de</strong>? O primeiro estado<br />

aconteceu contrariando a natureza; mas o segundo estado virá a ser<br />

muitíssimo natural. Este argumento não torna contraditório o fato <strong>de</strong><br />

a Palavra <strong>de</strong> Deus esten<strong>de</strong>r-se aos gentios <strong>de</strong>pois que os ju<strong>de</strong>us foram<br />

rejeitados, e <strong>de</strong> ser ela tirada <strong>de</strong>les. Tivessem-na eles recebido, e sua fé<br />

teria produzido muito mais frutos [entre os gentios] do que os produzi-

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