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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 269<br />

<strong>de</strong> Moisés. Não <strong>de</strong>vemos jamais concluir que a lei esteja <strong>de</strong> alguma<br />

forma revogada em relação aos Dez Mandamentos, nos quais Deus<br />

nos ensinou o que é justo e bom à nossa vida, visto que a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus <strong>de</strong>ve prevalecer para sempre. A <strong>de</strong>sobrigação aqui mencionada<br />

– <strong>de</strong>vemos observar com muito cuidado – não é em relação à justiça<br />

que nos é ensinada na lei, e, sim, em relação às rígidas or<strong>de</strong>nanças<br />

da lei e da maldição proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> suas exigências. Portanto, o que<br />

é revogado não são as normas do bom viver que a lei prescreve, mas<br />

aquela condição que é contrária à liberda<strong>de</strong> que alcançamos através<br />

<strong>de</strong> Cristo, ou seja: a exigência <strong>de</strong> uma perfeição absoluta. Uma vez<br />

que não dispomos <strong>de</strong> tal perfeição, então nos achamos na condição<br />

<strong>de</strong> réus <strong>de</strong> morte eterna. Paulo, contudo, não <strong>de</strong>sejava <strong>de</strong>terminar,<br />

aqui, o verda<strong>de</strong>iro caráter dos direitos matrimoniais. E assim não<br />

se preocupava em passar revista às causas que fazem uma mulher<br />

livre <strong>de</strong> seu esposo. Por isso, seria um gran<strong>de</strong> erro buscar extrair<br />

<strong>de</strong>sta fonte alguma doutrina segura.<br />

4. Por meio do corpo <strong>de</strong> Cristo. Em primeiro lugar, Cristo hasteou<br />

o estandarte <strong>de</strong> sua Cruz e triunfou sobre o pecado. E para realizar<br />

tal façanha, era indispensável que o registro [judicial], ao qual nos<br />

achamos atados [legalmente], fosse cancelado [Cl 2.14]. Este registro<br />

é a lei, a qual, enquanto estiver em pleno vigor, nos mantém no rol<br />

dos inadimplentes em relação ao pecado. 4 É precisamente por esta<br />

razão que ele [o registro] é <strong>de</strong>nominado o po<strong>de</strong>r do pecado. Portanto,<br />

à vista do cancelamento <strong>de</strong>ste registro, somos transferidos para o<br />

corpo <strong>de</strong> Cristo, mesmo quando ainda pregado na cruz. 5 O apóstolo,<br />

contudo, avança mais e diz que as amarras da lei foram rompidas,<br />

todavia não como se pudéssemos viver segundo os ditames <strong>de</strong> nossa<br />

própria vonta<strong>de</strong>, à semelhança <strong>de</strong> uma viúva que passa a viver como<br />

bem quer durante o período <strong>de</strong> sua viuvez. A verda<strong>de</strong> é que agora<br />

nos achamos atados a outro esposo. Passamos <strong>de</strong> um lado para<br />

4 “Obæratos” – <strong>de</strong>vedores obrigados a servir a seus credores até que o pagamento seja<br />

feito.<br />

5 Que está em pauta seu corpo crucificado é evi<strong>de</strong>nte à luz do que se segue; pois ele está<br />

falando <strong>de</strong> como ter “ressuscitado dos mortos”.

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