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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 3 • 139<br />

19. Ora, sabemos que tudo o que a<br />

lei diz, ela o diz aos que se acham<br />

<strong>de</strong>baixo da lei, para que toda boca<br />

esteja fechada, e todo o mundo esteja<br />

sob o juízo <strong>de</strong> Deus.<br />

20. Visto que, pelas obras da lei, nenhuma<br />

carne será justificada à vista <strong>de</strong><br />

Deus, pois é através da lei que vem<br />

o conhecimento do pecado.<br />

19. Scimus autem quòd quæcunque<br />

Lex dicit, iis qui in Lege sunt loquitur;<br />

ut omne os obstruatur, et<br />

obnoxius fiat omnis mundus Deo. 18<br />

20. Quoniam ex operibus Legis non justificabitur<br />

omnis caro coram ipso;<br />

per Legem enim agnitio peccati.<br />

19. Ora, sabemos. Deixando os gentios, o apóstolo, expressamente,<br />

dirige estas palavras aos ju<strong>de</strong>us, aos quais subjugar constituía<br />

uma tarefa muitíssimo difícil. Pois, sendo eles não menos <strong>de</strong>stituídos<br />

da genuína justiça do que os gentios, tomavam o pacto divino como<br />

sua cobertura, como se o fato <strong>de</strong> haverem sido separados do resto<br />

do mundo por meio da eleição divina lhes produzisse suficiente<br />

santida<strong>de</strong>. Paulo na verda<strong>de</strong> menciona os meios <strong>de</strong> escape que,<br />

bem sabia ele, os ju<strong>de</strong>us tinham disponíveis. Todas as expressões<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis encontradas na lei contra o gênero humano, os ju<strong>de</strong>us<br />

geralmente as aplicavam aos gentios, como se eles estivessem por<br />

isso isentos da condição comum da humanida<strong>de</strong>. Indubitavelmente,<br />

teria sido assim, caso não houvessem eles caído <strong>de</strong> sua própria posição.<br />

Portanto, para impedi-los <strong>de</strong> alimentar algum falso conceito<br />

acerca <strong>de</strong> sua própria dignida<strong>de</strong>, bem como <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinar exclusivamente<br />

aos gentios o que se aplicava a eles como iguais aos <strong>de</strong>mais,<br />

Paulo, aqui, antecipa a objeção e mostra, partindo do escopo da<br />

Escritura, que eles não só eram participantes com a gran<strong>de</strong> maioria<br />

dos homens, mas também se achavam peculiarmente <strong>de</strong>baixo da<br />

mesma con<strong>de</strong>nação. Percebemos a diligência do apóstolo em refutar<br />

essas objeções, pois a quem, senão aos ju<strong>de</strong>us, fora a lei <strong>de</strong>stinada?<br />

18 Obnoxius Deo – ὑπόδικος ... τω̑ θεω̑: “Obnoxius con<strong>de</strong>nnationi Dei – sujeito à con<strong>de</strong>nação<br />

<strong>de</strong> Deus”, Beza; “Passível <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação diante <strong>de</strong> Deus”, Macknight; “Permanece<br />

convicto diante <strong>de</strong> Deus”, Doddridge. A palavra significa estar “sob sentença” ou sob con<strong>de</strong>nação,<br />

e assim “a Deus”, isto é, diante <strong>de</strong> Deus. Tillotson formula sua paráfrase: “Sujeito<br />

à justiça divina.” Po<strong>de</strong> ser traduzido assim: “con<strong>de</strong>nado diante <strong>de</strong> Deus.” O significado é<br />

que o mundo está sob con<strong>de</strong>nação.

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