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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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370 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

gloriavam <strong>de</strong> seus Sólons ou <strong>de</strong> seus Licurgueses, quanto mais razão<br />

há para se gloriar na lei! Lemos disso em Deuteronômio 4.32.<br />

Pelo termo cultos, Paulo tinha em mente aquela parte da lei na<br />

qual a forma legítima <strong>de</strong> se cultuar a Deus é prescrita, tal como os<br />

ritos e as cerimônias. Estes teriam que ser consi<strong>de</strong>rados legítimos<br />

por conta da or<strong>de</strong>nação divina, sem a qual toda e qualquer invenção<br />

humana outra coisa não seria senão profanação da religião.<br />

5. Deles são os patriarcas. É igualmente <strong>de</strong> alguma importância<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>r-se <strong>de</strong> santos e <strong>de</strong> pessoas amadas <strong>de</strong> Deus, visto que este<br />

prometera aos pais piedosos usar <strong>de</strong> misericórdia para com seus<br />

filhos, ainda até mil gerações, particularmente nas palavras dirigidas<br />

a Abraão, Isaque e Jacó [Gn 17.4] e a outros. Não faz diferença<br />

alguma se o afastamento do temor e santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida torna sem<br />

efeito ou sem proveito o pacto, inerentemente, pois vemos a mesma<br />

coisa no culto e na glorificação <strong>de</strong> Deus, como é <strong>de</strong>monstrado em<br />

passagens dos profetas, especialmente Isaías 1.11; 60.1, bem como<br />

Jeremias 7.4. Contudo, visto que Deus enaltece essas coisas com<br />

algum grau <strong>de</strong> honra, quando são unidas para o cultivo da pieda<strong>de</strong>,<br />

Paulo, apropriadamente, as consi<strong>de</strong>ra como que figurando entre os<br />

privilégios dos ju<strong>de</strong>us. Eles são chamados her<strong>de</strong>iros das promessas<br />

em razão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>rem dos patriarcas [At 3.25].<br />

Também <strong>de</strong>les <strong>de</strong>scen<strong>de</strong> o Cristo. Não há motivo para relacionar<br />

esta <strong>de</strong>scendência com os patriarcas, como se Paulo tencionasse<br />

apenas dizer que Cristo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>u <strong>de</strong>les. Seu objetivo era concluir<br />

seu relato da preeminência dos ju<strong>de</strong>us, <strong>de</strong>clarando, em seu encômio,<br />

que Cristo procedia <strong>de</strong>les. Achar-se unido ao Re<strong>de</strong>ntor do mundo,<br />

pelos laços sangüíneos, é uma honra sem fronteira! Se ele honrou<br />

toda a raça humana, relacionando-se conosco pela participação <strong>de</strong><br />

nossa natureza, muito mais honra <strong>de</strong>sfrutam os ju<strong>de</strong>us, com quem<br />

quis ter um estreito laço <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>. Devemos, contudo, ter sempre<br />

em mente que, se esta relação estabelecida pela graça for separada<br />

da pieda<strong>de</strong>, longe <strong>de</strong> ser ela uma bênção, ao contrário nos conduz<br />

a uma mais grave e merecida con<strong>de</strong>nação.

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