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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 16 • 593<br />

receio <strong>de</strong> que venham a per<strong>de</strong>r seus seguidores. Pelo termo ingênuos<br />

[inocentes], Paulo quer dizer aqueles que não tomam o <strong>de</strong>vido<br />

cuidado para evitar os enganos.<br />

19. Pois vossa obediência 12 é conhecida <strong>de</strong> todos. Estas palavras<br />

são formuladas como que em resposta a uma possível objeção, e<br />

através <strong>de</strong>las Paulo mostra que não estava admoestando os cristãos<br />

<strong>de</strong> Roma, como se fizesse pouco caso <strong>de</strong>les, mas em razão da<br />

gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que viessem a cair. “Vossa obediência”, diz<br />

ele, “é <strong>de</strong>veras universalmente louvada. Portanto, estou coberto <strong>de</strong><br />

razão em regozijar-me a vosso respeito. Mas, visto que as pessoas<br />

com freqüência caem nesta questão por pura ingenuida<strong>de</strong>, gostaria<br />

muito que sejais inexperientes e ingênuos na prática do mal, mas<br />

que ostenteis profunda maturida<strong>de</strong> na prática do bem, sempre que<br />

as circunstâncias o requeiram, <strong>de</strong> modo que venhais a preservar<br />

vossa integrida<strong>de</strong>.”<br />

Percebemos aqui o caráter da simplicida<strong>de</strong> que Paulo enaltecia<br />

nos cristãos, e aqueles que consi<strong>de</strong>ram sua estúpida ignorância da<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus como sendo uma refinada virtu<strong>de</strong> não merecem<br />

reivindicar este título. Ao mesmo tempo que recomenda que os<br />

romanos fossem submissos e receptivos, também <strong>de</strong>seja que exercessem<br />

a sabedoria e o discernimento, para que sua credulida<strong>de</strong> não<br />

viesse a ficar exposta a algum gênero <strong>de</strong> impostura. Portanto, ele<br />

congratula-se com eles por serem isentos <strong>de</strong> malícia, mas o faz <strong>de</strong><br />

maneira a mostrar que <strong>de</strong>seja que ajam com prudência e vigilância. 13<br />

20. A expressão que se segue, o Deus da paz esmagará a Satanás,<br />

é uma promessa que visa ao fortalecimento <strong>de</strong>les, e não uma<br />

12 Em 8.1 ele chama essa obediência <strong>de</strong> ‘fé’. De modo que obediência ao evangelho é fé no<br />

que ele <strong>de</strong>clara. Crer é o mandamento especial do evangelho. Daí, crer é o ato especial<br />

<strong>de</strong> obediência que ele requer; e aquele que crê é aquele que será salvo. Mas essa fé é a<br />

que proce<strong>de</strong> do coração, e não dos lábios; e uma fé que opera através do amor e vence o<br />

mundo, <strong>de</strong> cujo onipotente po<strong>de</strong>r apren<strong>de</strong>mos em Hebreus 11.<br />

13 ‘Bem’ e ‘mal’ nesta frase é beneficência e malfeito. Tanto ser sábio quanto ser bom é ser<br />

sábio em atos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>, ao promover o bem, Beza; e ser nocivo ou prejudicial, ou simplesmente<br />

ser mau, é não exercer nenhum bem, como os <strong>de</strong>scritos no versículo 17, que<br />

eram nocivos e criavam divisões.

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