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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 1 • 55<br />

como o Doador <strong>de</strong> todas as boas dádivas, e estimularmos a outrem<br />

para que, ao mesmo tempo, cultivem atitu<strong>de</strong> similar. Se é correto<br />

proce<strong>de</strong>r assim em relação às pequenas bênçãos, quanto mais em se<br />

tratando da fé, a qual não é uma banalida<strong>de</strong> nem tampouco um dom<br />

indiscriminado [promiscua] <strong>de</strong> Deus. Além do mais, temos aqui uma<br />

ilustração <strong>de</strong> como a ação <strong>de</strong> graça <strong>de</strong>ve ser oferecida através <strong>de</strong> Jesus<br />

Cristo, segundo o mandamento do apóstolo em Hebreus 13.15, o qual<br />

nos mostra que é em seu nome que <strong>de</strong>vemos buscar e achar misericórdia<br />

da parte do Pai. Finalmente, Paulo se refere a Deus como meu Deus.<br />

Este é um privilégio especial do qual o fiel <strong>de</strong>sfruta, a quem Deus, exclusivamente,<br />

conce<strong>de</strong> tal honra. Há implícita aqui uma relação mútua,<br />

a qual se acha expressa na promessa: “E sereis o meu povo, e eu serei o<br />

vosso Deus” [Jr 30.22], ainda que eu prefira restringir a frase ao caráter<br />

que caracterizava Paulo como marca da aprovação divina à obediência<br />

que ele prestava ao Senhor na pregação do evangelho. Daí Ezequias<br />

<strong>de</strong>nominá-lo <strong>de</strong> o Deus <strong>de</strong> Isaías, quando <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>clarar que este era<br />

um genuíno e fiel profeta [Is 37.4]. Assim também Deus é chamado par<br />

excellence [por excelência] o Deus <strong>de</strong> Daniel, visto que este havia conservado<br />

a pureza do culto divino [Dn 6.20].<br />

Porque em todo o mundo vossa fé está sendo proclamada.<br />

A aprovação por parte <strong>de</strong> homens honrados era para Paulo equivalente<br />

à apreciação que o mundo todo fazia em relação à fé dos<br />

romanos, já que o testemunho <strong>de</strong> incrédulos, que <strong>de</strong>testavam a fé,<br />

não podia ser sincero e digno <strong>de</strong> crédito. Devemos, pois, enten<strong>de</strong>r<br />

que a fé dos romanos estava ecoando por todo o mundo, por parte<br />

<strong>de</strong> todos os fiéis que eram capazes <strong>de</strong> formar seu próprio juízo<br />

sobre ela e transmitir um juízo justo <strong>de</strong>la. O fato <strong>de</strong> este pequeno<br />

grupo <strong>de</strong> homens <strong>de</strong>sprezíveis ser <strong>de</strong>sconhecido dos incrédulos,<br />

mesmo em Roma, não significava nada, visto que seu veredicto não<br />

tinha a menor importância para Paulo.<br />

9. Pois Deus é minha testemunha. Ele <strong>de</strong>monstra seu amor através<br />

<strong>de</strong> seus efeitos. Não houvera Paulo nutrido tanta afeição por eles,<br />

não os teria recomendado ao Senhor com tanta solicitu<strong>de</strong>. Ele não te-

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