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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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206 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

O homem, pois, cuja fé lhe assegura um lugar entre os fiéis, jamais é<br />

levado a crer por um súbito impulso, mas permanece naquele lugar<br />

divinamente <strong>de</strong>signado para ele, com uma persistência tal, e com tal<br />

imperturbabilida<strong>de</strong>, que jamais <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser fiel a Cristo.<br />

E gloriamo-nos na esperança da glória <strong>de</strong> Deus. A razão, não<br />

só para a emergência da esperança da vida por vir, mas também<br />

para nossa participação em sua alegria, é que <strong>de</strong>scansamos no sólido<br />

fundamento da graça <strong>de</strong> Deus. O que Paulo tem em mente é o<br />

seguinte: embora os cristãos sejam agora peregrinos na terra, não<br />

obstante, por sua confiança, se elevam acima dos céus, <strong>de</strong> modo<br />

que afagam em seu peito sua futura herança com tranqüilida<strong>de</strong>. Esta<br />

passagem <strong>de</strong>mole as duas mais perniciosas doutrinas dos sofistas,<br />

a saber: primeiro, or<strong>de</strong>na aos crentes a se contentarem com conjetura<br />

moral, discernindo a graça <strong>de</strong> Deus em favor <strong>de</strong>les; segundo,<br />

ensina que todos nós nos achamos em estado <strong>de</strong> incerteza acerca<br />

<strong>de</strong> nossa perseverança final. Porém, caso não haja conhecimento<br />

seguro agora, nem qualquer persuasão consistente e inabalável<br />

quanto ao futuro, quem ousará gloriar-se? A esperança da glória <strong>de</strong><br />

Deus nos resplan<strong>de</strong>ce do evangelho, o qual testifica que seremos<br />

participantes da natureza divina, pois quando virmos a Deus face a<br />

face então seremos como ele é [2Pe 1.4; 1Jo 3.2].<br />

3. E não somente isso, mas também nos<br />

gloriamos em nossas tribulações,<br />

sabendo que a tribulação produz a<br />

paciência;<br />

4. e a paciência, a experiência; e a experiência,<br />

a esperança.<br />

5. Ora, a esperança não confun<strong>de</strong>, porque<br />

o amor <strong>de</strong> Deus é <strong>de</strong>rramado<br />

em nossos corações pelo Espírito<br />

Santo, que nos foi outorgado.<br />

3. Neque id modò, sed gloriamur 2<br />

etiam in afflictionibus; scientes<br />

quòd tribulatio patientiam efficiat;<br />

4. patientia verò probationem; probatio<br />

autem spem:<br />

5. Porrò spes non pu<strong>de</strong>facit, quoniam<br />

dilectio Dei diffusa est in cordibus<br />

nostris per Spiritum sanctum, qui<br />

datus est nobis.<br />

2 Gloriamur – καυχώμεθα. O mesmo que no versículo prece<strong>de</strong>nte, e traduzido ‘gloriar-se’<br />

por Macknight, e no versículo anterior por Doddrigdge; e aqui, ‘glória’. ‘Gloriar-se’ é certamente<br />

uma palavra própria, pois é comumente usada em sentido negativo. ‘Regozijar-se’<br />

é indistinto <strong>de</strong>mais, pois significa exultação e triunfo.

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