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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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380 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

pu<strong>de</strong>ssem praticar o bem ou o mal, um é rejeitado e o outro, eleito,<br />

então querer atribuir a causa da diferença entre ambos a suas obras<br />

é subverter o propósito divino. Ao adicionar, não por obras, mas por<br />

aquele que chama, sua intenção não era levar em conta as obras, e,<br />

sim, unicamente a vocação [divina]. O que Paulo preten<strong>de</strong> é excluir<br />

toda e qualquer consi<strong>de</strong>ração pelas obras. A perseverança <strong>de</strong> nossa<br />

eleição se acha total e exclusivamente compreendida no propósito<br />

divino. Os méritos [humanos] não são <strong>de</strong> nenhum proveito aqui,<br />

pois eles resultam somente em morte. A dignida<strong>de</strong> [humana] é <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada,<br />

porque não existe nenhuma, senão que a munificência<br />

divina é a única que reina. Portanto, é falsa e contrária à Palavra <strong>de</strong><br />

Deus a doutrina <strong>de</strong> que Deus ou elege ou reprova com base em sua<br />

previsão, se cada um é ou não digno <strong>de</strong> seu favor. 12<br />

12. O mais velho será servo do mais moço. Observe-se bem<br />

como o Senhor faz distinção entre os filhos <strong>de</strong> Isaque, quando ainda<br />

se acham no ventre <strong>de</strong> sua mãe. O oráculo divino então aponta para<br />

Jacó. Segue-se disso que a vonta<strong>de</strong> divina era mostrar ao filho mais<br />

jovem um favor particular, o qual negou ao mais velho. Ainda que<br />

esta promessa tivesse que ver com o direito <strong>de</strong> primogenitura, não<br />

obstante Deus <strong>de</strong>clara sua vonta<strong>de</strong> nele como um tipo <strong>de</strong> algo maior.<br />

Po<strong>de</strong>mos ver isso mais claramente levando em conta quão pouca<br />

vantagem, em relação à carne, Jacó obteve <strong>de</strong> sua primogenitura. Por<br />

causa <strong>de</strong>la, ele se viu exposto a um gran<strong>de</strong> perigo. A fim <strong>de</strong> escapar<br />

do perigo, se viu obrigado a <strong>de</strong>ixar seu lar e seu país, bem como se<br />

viu ameaçado, em seu exílio, a viver <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>sumana. Em<br />

seu retorno, cheio <strong>de</strong> tremores e <strong>de</strong> incertezas no tocante a sua vida,<br />

prostrou-se aos pés <strong>de</strong> seu irmão, humil<strong>de</strong>mente rogou perdão para<br />

12 Nada se po<strong>de</strong> conceber mais conclusivo em questão <strong>de</strong> argumento do que o que se acha<br />

contido aqui. A idéia <strong>de</strong> obras previstas, como a razão ou a base da eleição, é totalmente<br />

excluída. A escolha com base nas obras é expressamente negada, e é expressamente<br />

atribuída à soberana vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus.<br />

“Ele não contrapõe obras à fé, mas àquele que chama, ou à vocação que prece<strong>de</strong> a fé,<br />

àquela vocação que é segundo o propósito <strong>de</strong> Deus. Paulo quer dizer que a diferença<br />

entre Jacó e Esaú foi feita unicamente através da vonta<strong>de</strong> e beneplácito <strong>de</strong> Deus, não<br />

através da vonta<strong>de</strong> ou obras <strong>de</strong>les, existentes ou previstas.” – Poli Syn.

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