27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

66 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

doutrina da salvação. Pois Cristo é nele oferecido, cujo ofício particular<br />

é salvar aquele que se acha perdido, e aqueles que recusam ser salvos<br />

por Cristo encontrarão nele seu próprio Juiz. Na Escritura, a palavra salvação<br />

é estabelecida em oposição à palavra morte; e quando ela ocorre,<br />

<strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar qual é o tema em discussão. Portanto, visto que o<br />

evangelho livra da ruína e da maldição da morte eterna, a salvação que<br />

ele assegura não é outra coisa senão a vida eterna. 28<br />

Do ju<strong>de</strong>u primeiro, e também do grego. Ao termo grego, aqui, Paulo<br />

inclui todos os gentios, como prova a comparação, pois sua intenção<br />

era incluir nas duas classes toda a raça humana. É provável que sua<br />

escolha <strong>de</strong>sta nação em particular foi com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>signar outras<br />

nações, porque, primeiramente, os gregos foram, <strong>de</strong>pois dos ju<strong>de</strong>us, os<br />

primeiros a serem admitidos na participação do evangelho do [novo]<br />

pacto; e, segundo, porque os gregos tinham melhor conhecimento que<br />

os ju<strong>de</strong>us, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua proximida<strong>de</strong> geográfica e do difuso conhecimento<br />

<strong>de</strong> sua língua. Usando uma figura <strong>de</strong> linguagem, ele, pois, une<br />

gentios e ju<strong>de</strong>us na participação do evangelho, sem privar os ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong><br />

sua eminência e posição, visto que <strong>de</strong>sfrutavam a primazia nas promessas<br />

e vocação. Paulo, pois, mantém os ju<strong>de</strong>us em suas prerrogativas,<br />

mas imediatamente inclui os gentios como sendo participantes com os<br />

ju<strong>de</strong>us nas bênçãos do evangelho, embora em grau inferior.<br />

17. Pois 29 nele é revelada a justiça <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> fé em fé. Esta é uma<br />

explicação e confirmação da cláusula prece<strong>de</strong>nte, a qual afirma que o<br />

28 Sobre o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, observa Pareus, o abstrato, segundo a maneira hebraica, é posto<br />

em lugar do concreto. Po<strong>de</strong>r significa o instrumento do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus; ou, seja, o evangelho<br />

é um instrumento feito eficaz pelo po<strong>de</strong>r divino para comunicar salvação aos crentes.<br />

Ou, como diz Stuart: “É pela energia po<strong>de</strong>rosa que ele o comunica, e assim passa a chamar<br />

seu po<strong>de</strong>r.” Chalmers elabora esta paráfrase: “Aquilo que, por mais julgado e <strong>de</strong>sprezado<br />

pelos homens <strong>de</strong>ste mundo como um instrumento frágil, é aquilo que ele, por seu próprio<br />

po<strong>de</strong>r, produz efeito para a <strong>de</strong>scoberta daquela vida que todos os homens têm perdido e<br />

per<strong>de</strong>ram em virtu<strong>de</strong> do pecado.”<br />

“O evangelho é um ato divino que continua operando através <strong>de</strong> todas as eras do mundo,<br />

e isso não primeiro externamente, mas internamente, nas profun<strong>de</strong>zas da alma e para<br />

propósitos eternos.” – Dr. Olshausen.<br />

29 “O causativo γάρ indica uma conexão com o prece<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> que o evangelho é o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

Deus. A razão é porque, pelo evangelho, é revelada a justiça <strong>de</strong> Deus, ou, seja, tornar-se conhecido<br />

por meio <strong>de</strong>le é uma maneira <strong>de</strong> se obter a justiça e a vida diante <strong>de</strong> Deus, as quais<br />

nem a lei, nem a filosofia, nem qualquer outra doutrina foi capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar.” – Pareus.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!