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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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266 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

lei nos mantém cativos fora <strong>de</strong> Cristo, outra coisa ela não faz senão<br />

con<strong>de</strong>nar-nos. Portanto, para evitar que alguém venha a acusar a<br />

lei por essa conta, ele, nesta notável passagem, admite e refuta as<br />

objeções carnais, on<strong>de</strong> também expressa <strong>de</strong> forma admirável a<br />

utilida<strong>de</strong> da lei. 2<br />

1. Porventura ignorais, irmãos? A proposição geral do apóstolo<br />

consiste em que a lei fora promulgada e entregue aos homens com<br />

o fim <strong>de</strong> governá-los nesta presente vida. Depois da morte, ela não<br />

terá mais lugar. A isto ele mais tar<strong>de</strong> acrescentará a hipótese <strong>de</strong> que<br />

estamos mortos para a lei, no corpo <strong>de</strong> Cristo. Alguns intérpretes<br />

enten<strong>de</strong>m que o domínio da lei continuará a cegar-nos enquanto seu<br />

uso estiver em vigor. Este ponto <strong>de</strong> vista, contudo, é antes obscuro e<br />

não se harmoniza bem com a proposição que vem imediatamente a<br />

seguir. Prefiro, pois, seguir aqueles que consi<strong>de</strong>ram a afirmação como<br />

que referindo-se à vida humana, e não a existência da lei. A pergunta<br />

<strong>de</strong> Paulo é mais enfática em confirmar a infalibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu tema.<br />

Revela que o mesmo não lhes era nem novo e nem <strong>de</strong>sconhecido,<br />

senão que era reconhecido igualmente por todos.<br />

(Pois falo aos que conhecem a lei). Este parêntese e a sua<br />

proposição têm a mesma referência. O apóstolo sabia que não<br />

eram tão inexperientes na lei, senão que tinham algumas dúvidas<br />

concernentes ao tema em questão. Embora a proposição e o parêntese<br />

possam, ambos, ser entendidos como abrangendo todas<br />

as leis, é melhor tomá-los como referindo-se à lei <strong>de</strong> Deus, a qual<br />

é o tema ora em questão.<br />

É muitíssimo pueril imaginar que Paulo está atribuindo aos romanos<br />

o conhecimento da lei, em razão <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> parte do mundo<br />

2 A conexão do início <strong>de</strong>ste capítulo com o versículo 14 do capítulo anterior merece observação.<br />

Ele diz aqui que o pecado não terá domínio sobre nós, porque não estamos<br />

<strong>de</strong>baixo da lei, e, sim, <strong>de</strong>baixo da graça. Então pergunta, no versículo 15: “Pecaremos só<br />

porque não estamos <strong>de</strong>baixo da lei, e, sim, da graça? “ Ele compõe primeiro este último<br />

tema, segundo seu modo usual, e o discute até o final do capítulo; e então neste capítulo<br />

ele reassume o primeiro tema – libertação da lei. Este é notável exemplo da maneira <strong>de</strong><br />

escrever do Apóstolo, completamente diferente do que ocorre conosco na atualida<strong>de</strong>. Ele<br />

menciona duas coisas; ele prossegue com o último e então volta ao primeiro.

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