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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 6 • 237<br />

conosco através <strong>de</strong> sua expiação, fazendo-nos participantes <strong>de</strong> seu<br />

Espírito, o qual nos renova para um viver santo. Portanto, seria a<br />

mais absurda inversão da obra divina se o pecado recebesse força<br />

por meio da graça que nos é oferecida em Cristo. A medicina não<br />

tem por alvo tornar a doença ainda mais grave, quando sua meta é<br />

<strong>de</strong>struí-la. 1 É bom que tenhamos bem firmado em nossa mente o que<br />

já referi anteriormente, ou, seja: que Paulo não está aqui tratando<br />

do estado em que Deus nos encontra ao chamar-nos à comunhão<br />

<strong>de</strong> seu Filho, e, sim, o estado em que nos achávamos quando ele<br />

nos revelou sua misericórdia e graciosamente nos adotou. Ao fazer<br />

uso <strong>de</strong> um advérbio que <strong>de</strong>nota futuro, Paulo mostra o gênero <strong>de</strong><br />

transformação que <strong>de</strong>ve seguir a justificação.<br />

3. Ou porventura ignorais que todos os<br />

que fomos batizados em Cristo Jesus,<br />

fomos batizados em sua morte?<br />

4. Fomos, pois, sepultados com ele<br />

na morte através do batismo; para<br />

que, como Cristo foi ressuscitado<br />

<strong>de</strong>ntre os mortos pela glória do Pai,<br />

assim também an<strong>de</strong>mos nós em novida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida.<br />

3. Num ignoratis quòd quicunque baptizati<br />

sumus in Christum, in mortem<br />

ejus baptizati sumus?<br />

4. Consepulti ergo sumus ei per baptismum<br />

in mortem; ut quemadmodum<br />

suscitatus est Christus ex mortuis<br />

per gloriam Patris, sic et nos in novitate<br />

vitæ ambulemus.<br />

3. Ou porventura ignorais? Paulo prova sua tese anterior <strong>de</strong><br />

que Cristo <strong>de</strong>strói o pecado em seu povo a partir do efeito do batismo,<br />

por meio do qual somos iniciados na fé nele [Cristo]. É além<br />

<strong>de</strong> qualquer dúvida que nos vestimos <strong>de</strong> Cristo, no batismo, e que<br />

somos batizados com base neste princípio, a saber: para que nos<br />

tornemos um só com ele. Paulo agora assume o segundo princípio, a<br />

1<br />

211<br />

Esta frase, “morto para o pecado”, é evi<strong>de</strong>ntemente mal interpretada por Haldane.<br />

Tendo sido ofendido por uma expressão impru<strong>de</strong>nte e errônea <strong>de</strong> Stuart, <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong><br />

Crisóstomo, bem como pela falsa tradução <strong>de</strong> Macknight, ele foi para o outro extremo,<br />

e sustenta que morrer ou ser morto para o pecado significa ser isentado <strong>de</strong> sua culpa,<br />

enquanto que todo o contexto prova que significa livramento <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r como um verdugo,<br />

da servidão ou escravidão do pecado. Viver nele não significa viver sob sua culpa,<br />

mas a seu serviço e sob seu po<strong>de</strong>r governante; e isso é o que o apóstolo representa como<br />

um contraste <strong>de</strong> estar morto para o pecado. Não ‘servir ao pecado’, no versículo 6, é sua<br />

verda<strong>de</strong>ira explicação. Vejam-se também os versículos 11, 12 e 14.

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