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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 273<br />

<strong>de</strong>ste fato sua licença para pecar, e aqueles que nos ensinam que<br />

<strong>de</strong>vemos soltar as ré<strong>de</strong>as e nos entregarmos à luxúria, também<br />

estão equivocados. Note-se, pois, que só somos libertados da lei<br />

quando Deus nos livra <strong>de</strong> suas rígidas exigências e <strong>de</strong> sua maldição,<br />

dotando-nos com o Espírito Santo a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos trilhar<br />

seus santos caminhos. 8<br />

Estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos. Esta<br />

é uma parte explicativa, ou, antes, sugere <strong>de</strong> que forma fomos<br />

feitos livres. A lei, no que nos diz respeito, é revogada a fim <strong>de</strong><br />

não mais sermos oprimidos sob seu fardo insuportável e não<br />

sermos encontrados sob seu inexorável rigor a subjugar-nos com<br />

sua maldição. 9<br />

Servimos em novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espírito. Paulo contrasta espírito e<br />

letra. Antes <strong>de</strong> nossa vonta<strong>de</strong> ser conformada com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus<br />

por meio da operação do Espírito Santo, não encontramos nada na<br />

lei senão a letra externa. Esta, é verda<strong>de</strong>, refreia nossas ações externas,<br />

porém não po<strong>de</strong> refrear um mínimo sequer da fúria <strong>de</strong> nossa<br />

concupiscência. Ele atribui ao Espírito nossa novida<strong>de</strong>, visto que<br />

ela suce<strong>de</strong> ao velho homem, assim como a letra é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong><br />

caduca, já que ela perece ao ser renovada pelo Espírito.<br />

7. Que diremos, pois? É a lei pecado?<br />

De modo nenhum. Mas eu não teria<br />

conhecido o pecado, senão por<br />

intermédio da lei; pois não teria eu<br />

conhecido a cobiça, se a lei não dissera:<br />

Não cobiçarás.<br />

7. Quid ergo dicemus? Lex peccatum<br />

est? Absit: sed peccatum non<br />

cognovi nisi per Legem: concupiscentiam<br />

enim non noveram, nisi Lex<br />

diceret, Non concupisces.<br />

8 Que a lei moral, e não a lei cerimonial, é o que está implícito aqui, o que é incontestavelmente<br />

evi<strong>de</strong>nte à luz do que o Apóstolo acrescenta nos versículos seguintes. Ele cita a<br />

lei moral no versículo seguinte; ele <strong>de</strong>nomina a lei, no versículo 10, o mandamento, την<br />

ἐντολήν o qual era para a vida [Mt 19.16]; e diz que “por meio <strong>de</strong>la” o pecado o “matou”,<br />

o que não se po<strong>de</strong> dizer da lei cerimonial.<br />

9 Nossa versão comum é evi<strong>de</strong>ntemente incorreta quanto a esta frase. O pronome αὐτ<br />

ou ἐκειν precisa ser suprido. Há uma elipse exatamente similar em 6.21. Beza e vários<br />

outros, bem como nossa versão, seguiram a redação ἀποθανόντος, a qual Griesbach <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<br />

como sem autorida<strong>de</strong>; e é inconsistente com a fraseologia usual do Apóstolo.<br />

Vejam-se versículo 4 e Gálatas 2.19.

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