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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 289<br />

do do <strong>de</strong>vido empenho. Faz o mal que <strong>de</strong>testa fazer, visto que se<br />

esforça por manter-se firme, porém fracassa, ou pelo menos vacila.<br />

As expressões quero e não quero <strong>de</strong>vem aplicar-se ao espírito, o qual<br />

<strong>de</strong>ve ser mantido em primeiro plano entre os crentes. Naturalmente<br />

que a carne também possui sua própria vonta<strong>de</strong>; porém, pelo termo<br />

vonta<strong>de</strong> Paulo tem em mente aquela que ele buscava com particular<br />

inclinação <strong>de</strong> seu coração. Aquilo que contendia contra ele, referia<br />

como sendo contrário à sua vonta<strong>de</strong>.<br />

A <strong>de</strong>dução lógica que po<strong>de</strong>mos extrair daqui é o que já afirmamos<br />

anteriormente, ou seja: Paulo está falando, aqui, dos crentes, 23<br />

nos quais a graça do Espírito se faz presente, a qual <strong>de</strong>monstra a<br />

harmonia existente entre a mente sã e a justiça da lei, já que a carne<br />

não o<strong>de</strong>ia o pecado.<br />

16. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.<br />

Ou seja: “Quando meu coração consente com a lei e <strong>de</strong>sfruta <strong>de</strong> sua<br />

justiça (e assim suce<strong>de</strong> quando ele o<strong>de</strong>ia a transgressão da lei), sente<br />

e reconhece a bonda<strong>de</strong> da lei no fato <strong>de</strong> sermos suficientemente<br />

convencidos, quando a experiência nos ensina que mal algum <strong>de</strong>ve<br />

ser atribuído à lei. Na verda<strong>de</strong>, a lei traria salvação aos homens, se<br />

porventura encontrasse corações retos e puros.” Este consentimento<br />

não <strong>de</strong>ve ser tomado no sentido em que é usado pelos <strong>de</strong>screntes,<br />

que dizem: “Vejo o melhor caminho e o aprovo, porém sigo o pior”;<br />

ou, ainda: “Seguirei o que me prejudica, porém evitarei o que acredito<br />

ser-me proveitoso.” Tais incrédulos agem porque são compelidos,<br />

23 Como o Apóstolo era muito mais iluminado e humil<strong>de</strong> do que os cristãos em geral são,<br />

sem dúvida esse trambolho (o pecado habitante) era mais difícil para ele do que para<br />

eles, embora a maioria <strong>de</strong> nós acha sua vida às vezes profundamente amarga. De modo<br />

que essa linguagem enérgica que muitos imaginam <strong>de</strong>screver uma experiência não estabelecida<br />

do crente, ou mesmo a <strong>de</strong> um homem não convertido, parece ter resultado do<br />

extraordinário grau da santificação <strong>de</strong> Paulo, e a profun<strong>de</strong>za <strong>de</strong> seu auto-aviltamento e<br />

ódio pelo pecado; e a razão <strong>de</strong> não o enten<strong>de</strong>rmos prontamente parece advir do fato <strong>de</strong><br />

que estamos muito aquém <strong>de</strong>le em santida<strong>de</strong>, humilda<strong>de</strong>, familiarida<strong>de</strong> com a espiritualida<strong>de</strong><br />

da lei <strong>de</strong> Deus e o mal <strong>de</strong> nossos próprios corações e em nosso grau <strong>de</strong> aversão pela<br />

lei moral.” – Scott.<br />

“O que alguns vêem erroneamente como evidência <strong>de</strong> um <strong>de</strong>clínio espiritual da parte do<br />

Apóstolo, na verda<strong>de</strong> era a evidência <strong>de</strong> seu crescimento. É a efusão <strong>de</strong> uma sensibilida<strong>de</strong><br />

mais rápida e cultivada do que a que caiu por sorte para os homens ordinários.” – Chalmers.

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