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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 5 • 221<br />

após a queda <strong>de</strong> Adão, embora sua <strong>de</strong>struição fosse finalmente<br />

revelada pela lei. O contexto se a<strong>de</strong>quará melhor à tradução <strong>de</strong> δέ,<br />

‘embora’, como adversativa. O significado, então, será: embora os<br />

homens sejam tolerantes consigo mesmos, não po<strong>de</strong>m escapar ao<br />

juízo divino, mesmo quando a lei não os convença.<br />

14. A morte reinou <strong>de</strong> Adão até Moisés. Paulo explica mais claramente<br />

que a vida negligente e dissoluta que os homens levavam<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Adão até ao tempo em que a lei foi promulgada não lhes foi<br />

<strong>de</strong> nenhuma valia. A distinção entre o bem e o mal fora repudiada,<br />

e portanto sem a advertência da lei a lembrança do pecado ficava<br />

sepultada, visto que o pecado ainda insistia em con<strong>de</strong>ná-los. A morte,<br />

pois, reinou então visto que o juízo <strong>de</strong> Deus não podia ser anulado<br />

pela cegueira nem pela dureza do coração do gênero humano.<br />

Mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança <strong>de</strong> Adão.<br />

Esta passagem é geralmente aplicada às criancinhas que, sem serem<br />

culpadas <strong>de</strong> qualquer transgressão real, morrem em <strong>de</strong>corrência<br />

do pecado original. Prefiro, contudo, interpretá-la em termos gerais<br />

como uma referência a todos aqueles que pecaram sem a lei [escrita].<br />

Este versículo <strong>de</strong>ve ser conectado com as palavras prece<strong>de</strong>ntes, nas<br />

quais ficou afirmado que aqueles que não tinham nenhuma lei não<br />

atribuíam pecado uns aos outros. Não pecavam, pois, na forma da<br />

transgressão <strong>de</strong> Adão, visto que não alcançaram o conhecimento da<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus através <strong>de</strong> uma revelação expressa como teve Adão.<br />

O Senhor proibira Adão <strong>de</strong> tocar o fruto da árvore do conhecimento<br />

do bem e do mal. No tocante a eles, contudo, o único mandamento<br />

que lhes fora dado consistia no testemunho da consciência. O apóstolo,<br />

pois, insinua que esta diferença entre Adão e sua progênie não<br />

os isentava da con<strong>de</strong>nação. As criancinhas estão também compreendidas<br />

no catálogo universal.<br />

O qual prefigurava aquele que havia <strong>de</strong> vir. Esta frase é posta<br />

em lugar <strong>de</strong> uma segunda frase. Somente uma parte da comparação é<br />

expressa; a outra é omitida por anacoluto, 14 ficando assim o significado:<br />

14 Ἀνακόλουθον, não conseqüente. Uma figura gramatical, quando uma palavra ou uma frase<br />

requerida pela anterior não é expressa.

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