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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 267<br />

achar-se sob suas normas e governo. Ele está, em parte, dirigindo-se<br />

aos ju<strong>de</strong>us, ou a outros estrangeiros; e, em parte, ao povo comum<br />

e àqueles que viviam na obscurida<strong>de</strong>. Ele está, <strong>de</strong>veras, pensando<br />

particularmente nos ju<strong>de</strong>us, pois que estava envolvido com eles<br />

numa controvérsia acerca da revogação da lei. Para evitar, pois, que<br />

pressupusessem que os tratava com capciosida<strong>de</strong>, ele mostra que<br />

estava focalizando um princípio comum e universalmente conhecido,<br />

o qual era bem familiar aos que haviam sido conduzidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a infância na doutrinação da lei.<br />

2. Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto<br />

ele vive. A metáfora paulina prova que estamos livres da lei, <strong>de</strong> tal<br />

modo que, com proprieda<strong>de</strong> e por direito, não mais retém nenhum<br />

<strong>de</strong> seus po<strong>de</strong>res sobre nós. Ele po<strong>de</strong>ria ter provado este ponto <strong>de</strong><br />

outra forma, mas, visto que o exemplo do matrimônio era muito<br />

mais a<strong>de</strong>quado para ilustrar seu tema, ele introduziu esta metáfora<br />

em vez <strong>de</strong> apresentar evidência para confirmar sua tese. Talvez os<br />

leitores se sintam confusos porque as diferentes partes da oração<br />

gramatical, que são comparadas umas com as outras, não se correspon<strong>de</strong>m<br />

perfeitamente. Devemos lembrar, contudo, que o apóstolo<br />

<strong>de</strong>liberadamente pretendia evitar a aspereza <strong>de</strong> uma expressão mais<br />

forte, ao fazer uma pequena mudança. Para preservar a or<strong>de</strong>m da<br />

metáfora, ele <strong>de</strong>veria ter dito que a mulher, <strong>de</strong>pois da morte do marido,<br />

está livre dos laços matrimoniais. A lei, que assume a posição<br />

<strong>de</strong> um cônjuge em relação a nós, está morta. Estamos, pois, livres<br />

<strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong>. Houvesse Paulo afirmado que a lei estava morta,<br />

e teria ofendido os ju<strong>de</strong>us com uma linguagem por <strong>de</strong>mais abrupta.<br />

Portanto, a fim <strong>de</strong> evitar tal ofensa, ele inverteu sua expressão, dizendo<br />

que estamos mortos para a lei. 3 Alguns estudiosos concluem que<br />

3 Esta é a razão plausível, <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> Teodoreto e Crisóstomo; mas dificilmente necessária.<br />

Os comentaristas têm sentido muito embaraço em aplicar a ilustração dada aqui.<br />

A mulher, pela morte do marido, fica livre; o crente, porém, é representado como livre<br />

por morrer. Isso não tem correspondência: se a esposa aten<strong>de</strong> ao que diz o Apóstolo<br />

aqui, veremos que ele não contemplou tal correspondência. Notemos como ele introduz<br />

a ilustração: “a lei”, diz ele no primeiro versículo, “governa, ou exerce autorida<strong>de</strong>, sobre<br />

um homem enquanto vive”; e então observemos a aplicação no versículo 4, on<strong>de</strong> ele fala

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