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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 12 • 495<br />

divinos são tão bem distribuídos, que cada um recebe uma porção<br />

limitada. Cada indivíduo <strong>de</strong>ve viver tão satisfeito com a apropriação<br />

<strong>de</strong> seus dons pessoais, visando à edificação da Igreja, que ninguém<br />

precisa negligenciar sua própria função a fim <strong>de</strong> invadir uma área<br />

pertencente a outrem. A segurança da Igreja é preservada por meio<br />

<strong>de</strong>sta mui excelente or<strong>de</strong>m e simetria, quando cada indivíduo <strong>de</strong> per<br />

si contribui para o bem comum, daquilo que recebeu do Senhor, sem,<br />

ao mesmo tempo, impedir a outrem <strong>de</strong> fazer o mesmo. Inverter esta<br />

or<strong>de</strong>m é <strong>de</strong>clarar guerra contra Deus mesmo, por cuja or<strong>de</strong>nação foi<br />

ela <strong>de</strong>signada. A diferença <strong>de</strong> dons não tem sua origem na vonta<strong>de</strong><br />

humana, mas porque foi do agrado do Senhor ministrar sua graça<br />

<strong>de</strong>sta maneira.<br />

Se profecia, seja segundo a proporção <strong>de</strong> nossa fé. Depois<br />

<strong>de</strong> citar alguns exemplos especiais, ele agora mostra como cada<br />

pessoa <strong>de</strong>ve ser usada no exercício <strong>de</strong> suas faculda<strong>de</strong>s ou na manutenção<br />

<strong>de</strong> sua posição. Todos os dons têm seus próprios limites<br />

<strong>de</strong>terminados, e afastar-se <strong>de</strong>stes [limites] é <strong>de</strong>struir os próprios<br />

dons. A passagem é um tanto ambígua, mas po<strong>de</strong>mos or<strong>de</strong>ná-la<br />

para que a conclusão comece neste ponto: “Portanto, a pessoa<br />

que tem profecia, prove-a pela analogia da fé; e a pessoa que tem<br />

ministério, então use-o para ministrar; ou se é doutrina, então que<br />

ensine etc. Aqueles que têm este propósito em vista, manter-se-ão<br />

apropriadamente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus limites.”<br />

Esta passagem, contudo, tem sofrido diversas interpretações.<br />

Alguns intérpretes enten<strong>de</strong>m profecia no sentido <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

predizer, a qual vicejou na Igreja durante os primórdios do evangelho,<br />

quando o Senhor quis enaltecer a dignida<strong>de</strong> e excelência<br />

<strong>de</strong> seu reino por diversos meios. Sustentam que as palavras adicionais<br />

– segundo a proporção <strong>de</strong> nossa fé [secundum analogiam<br />

fi<strong>de</strong>i] – <strong>de</strong>vem relacionar-se a todas as sentenças. Não obstante,<br />

prefiro seguir aqueles que enten<strong>de</strong>m a palavra num sentido amplo,<br />

significando o dom especial <strong>de</strong> revelação, por meio do qual alguém<br />

exerce a função <strong>de</strong> intérprete com perícia e <strong>de</strong>streza, explicando e

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