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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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534 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

3. E aquele que crê que po<strong>de</strong> comer <strong>de</strong> tudo não <strong>de</strong>ve julgar ao<br />

que não come. O apóstolo confronta as <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> ambas as partes<br />

<strong>de</strong> uma forma sábia e apropriada. Aqueles que são mais fortes possuem<br />

a seguinte <strong>de</strong>ficiência: menosprezam e até mesmo ridicularizam<br />

aqueles que se acham enredados por escrúpulos triviais, porquanto<br />

ainda vivem saturados <strong>de</strong> superstições estapafúrdias. Estes, em contrapartida,<br />

não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> julgar temerariamente, con<strong>de</strong>nando o que<br />

não compreen<strong>de</strong>m. Tudo quanto vêem ser praticado contrariamente<br />

a seu modo pessoal <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r, passam a consi<strong>de</strong>rar como sendo<br />

pecaminoso. Paulo, pois, adverte aos primeiros que refreiem sua indiferença;<br />

e, aos últimos, [que refreiem] seus escrúpulos excessivos.<br />

A razão que ele adiciona, visto aplicar-se a ambos os grupos, está<br />

relacionada às duas sentenças. Diz ele: “Ao perceberes que alguém<br />

está bem iluminado pelo conhecimento <strong>de</strong> Deus, então <strong>de</strong>ves saber<br />

que tal pessoa, inquestionavelmente, recebeu tudo do Senhor. Mas, se<br />

o <strong>de</strong>sprezas, ou o con<strong>de</strong>nas, então <strong>de</strong>ves saber que estás <strong>de</strong>sprezando<br />

alguém que foi graciosamente recebido pelo Senhor.”<br />

4. Quem és tu que julgas o servo alheio? Assim como não <strong>de</strong>ves<br />

agir com <strong>de</strong>scortesia, e muito menos com arrogância, se <strong>de</strong>sejas<br />

forçar um servo alheio a obe<strong>de</strong>cer a tuas leis, e passas a medir todas<br />

suas ações pelo crivo <strong>de</strong> teus critérios pessoais, então <strong>de</strong>ves saber,<br />

com certeza, que estás con<strong>de</strong>nando um servo <strong>de</strong> Deus por algo só<br />

porque ele não te agrada. Não é tua a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prescrever<br />

o que ele <strong>de</strong>ve ou não fazer, e nem mesmo necessita ele <strong>de</strong> viver em<br />

consonância com teus padrões.<br />

Ao <strong>de</strong>spir-nos o apóstolo do direito <strong>de</strong> julgar, sua referência é<br />

tanto à pessoa quanto a seus atos. Entretanto, há uma acentuada<br />

diferença entre estes dois elementos. Em referência ao homem,<br />

<strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>ixá-lo, bem como tudo quanto ele é, à responsabilida<strong>de</strong><br />

do tribunal divino. Em referência a seus atos, não <strong>de</strong>vemos julgar<br />

com base em nossa opinião pessoal, mas com base na Palavra <strong>de</strong><br />

Deus. O juízo que extraímos da Palavra <strong>de</strong> Deus não é nem humano<br />

nem estranho. Neste ponto, pois, o apóstolo <strong>de</strong>seja guardar-nos <strong>de</strong>

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