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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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186 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

advérbio, é traduzida por alguns comentaristas como cujus, do qual;<br />

a primeira tradução, porém, é mais apropriada e mais geralmente<br />

aceita. Qualquer tradução que seguirmos, o significado permanece o<br />

mesmo, ou, seja: aquele que não é instruído pela lei escrita também<br />

não é culpado <strong>de</strong> transgressão <strong>de</strong>masiado séria, como aquele que<br />

obstinadamente quebra e transgri<strong>de</strong> a lei <strong>de</strong> Deus.<br />

16. Esta é a razão por que provém da fé,<br />

para que seja segundo a graça, a fim<br />

<strong>de</strong> que seja firme a promessa para<br />

toda a <strong>de</strong>scendência; não somente<br />

ao que está no regime da lei, mas<br />

também ao que é da fé que recebeu<br />

Abraão, que é o pai <strong>de</strong> todos nós<br />

17. (como está escrito: Por pai <strong>de</strong> muitas<br />

nações te constituí), perante<br />

aquele em quem creu, o Deus que<br />

vivifica os mortos e chama à existência<br />

as coisas que não existiam.<br />

16. Propterea ex fi<strong>de</strong>, ut secundum<br />

gratiam, quo firma sit promissio<br />

universo semini non ei quod est ex<br />

Lege solùm, sed quod est ex fi<strong>de</strong><br />

Abrahæ, qui est pater omnium nostrûm,<br />

17. (Sicut scriptum est, Quòd patrem<br />

multarum gentium possui te,) coram<br />

Deo, cui creditit, qui vivificat<br />

mortuos et vocat ea quæ non sunt<br />

tanquàm sint.<br />

16. Esta é a razão por que provém da fé. A finalização do<br />

argumento po<strong>de</strong> ser assim sumariada: Se nos tornamos her<strong>de</strong>iros<br />

da salvação proveniente das obras, então a fé em nossa adoção<br />

se dissipará e a promessa <strong>de</strong>la será abolida. É necessário, porém,<br />

que tanto a fé quanto a promessa sejam garantidas. Nossa adoção,<br />

portanto, nos vem através da fé; por isso é que ela nos reveste <strong>de</strong><br />

certeza, visto estar baseada unicamente na munificência divina.<br />

Assim vemos que o apóstolo avalia a fé por sua inabalável certeza e<br />

consi<strong>de</strong>ra a hesitação e a dúvida como sinônimas <strong>de</strong> incredulida<strong>de</strong>,<br />

as quais abolem a fé e cancelam a promessa. Esta, entretanto, é a<br />

promessa é pela fé, e não pela lei; pois a lei traz ira ou con<strong>de</strong>nação; mas on<strong>de</strong> não há lei,<br />

não há transgressão que ocasiona ira.” A mesma idéia é essencialmente comunicada no<br />

versículo 16, on<strong>de</strong> lemos que a promessa é segura, porque é através da fé e pela graça.<br />

Tivesse sido pela lei, teria havido transgressão e ira, e daí a perda da promessa.<br />

Este versículo é conectado com o 13 em vez <strong>de</strong> com o 14. Ele contém outra razão, além da<br />

que o versículo 14 apresenta, em confirmação do que está expresso no 13. Daí Macknight<br />

traduzir γὰρ, neste versículo, ‘pai’, que torna a conexão mais evi<strong>de</strong>nte. “On<strong>de</strong> não há lei,<br />

não há transgressão, e portanto não há ira nem castigo; mas on<strong>de</strong> está a lei, aí está a<br />

transgressão, a ira e o castigo.” – Pareus.

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