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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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124 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

sido muito ofensiva à mente dos ju<strong>de</strong>us, ele simplesmente menciona<br />

alguns, com o fim <strong>de</strong> amenizar a aspereza <strong>de</strong> sua censura.<br />

Sua falta <strong>de</strong> fé <strong>de</strong>ixará sem efeito a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus?<br />

Καταργεν, propriamente, significa tornar-se inútil, ineficaz. Este significado<br />

é o mais a<strong>de</strong>quado à presente passagem. A indagação <strong>de</strong><br />

Paulo é não tanto se a incredulida<strong>de</strong> dos homens impe<strong>de</strong> a verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> permanecer inerentemente inabalável e imutável, mas<br />

se seu efeito e cumprimento entre eles po<strong>de</strong>m por isso ser obliterados.<br />

Portanto, o significado é o seguinte: “Visto que a maioria dos<br />

ju<strong>de</strong>us é violadora do pacto <strong>de</strong> Deus, este mesmo pacto foi ab-rogado<br />

pela perfídia <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> maneira tal que não mais produz fruto entre<br />

eles?” A isto ele respon<strong>de</strong> que é impossível que a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus<br />

perca sua substância mediante a fraqueza humana. Portanto, ainda<br />

que uma gran<strong>de</strong> parte dos ju<strong>de</strong>us haja quebrado o pacto divino,<br />

e o haja calcado aos pés, todavia este pacto reteve sua eficácia e<br />

exerceu seu po<strong>de</strong>r, se não em todos os homens, universalmente,<br />

pelo menos naquela nação. O significado da expressão consiste<br />

em que a graça do Senhor, bem como sua bênção para a salvação<br />

eterna, prevalecem entre eles. Isto, contudo, só acontece quando a<br />

promessa é recebida pela fé. E somente assim é que o pacto mútuo<br />

é confirmado por ambas as partes. Ele quer dizer, pois, que sempre<br />

houve alguns, <strong>de</strong>ntre a nação judaica, que, insistindo em crer na<br />

promessa, não foram privados dos privilégios do pacto.<br />

4. Que seja Deus verda<strong>de</strong>iro, e mentiroso todo homem. Seja qual<br />

for a interpretação que outros dêem a este versículo, eu o consi<strong>de</strong>ro<br />

como sendo um argumento extraído da conseqüência necessária<br />

do que é oposto a ele. Por meio <strong>de</strong>sta conseqüência, Paulo invalida<br />

a objeção prece<strong>de</strong>nte. Se as duas proposições, a saber: que Deus<br />

é verda<strong>de</strong>iro e que o homem é mentiroso, permanecem juntas e se<br />

harmonizam, segue-se que a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus não se invalida pela<br />

falsida<strong>de</strong> humana. Se Paulo não houvera contrastado estes dois<br />

princípios aqui, sua tentativa final <strong>de</strong> refutar o absurdo – como po<strong>de</strong><br />

Deus ser justo, se ele enaltece sua justiça através <strong>de</strong> nossa injustiça?

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