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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 8 • 315<br />

feitos cristãos por intermédio <strong>de</strong> seu Espírito. É <strong>de</strong>veras espantoso<br />

ouvir que os homens tenham se apartado tanto da Palavra do Senhor,<br />

que não só se vangloriam <strong>de</strong> ser cristãos sem o Espírito <strong>de</strong> Deus,<br />

mas também ridicularizam a fé daqueles que o têm. E a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong><br />

tudo, esta é precisamente a filosofia dos papistas.<br />

Chamamos a atenção <strong>de</strong> nossos leitores para que observem aqui<br />

o fato <strong>de</strong> que o Espírito é às vezes referido como o Espírito <strong>de</strong> Deus<br />

o Pai e às vezes como o Espírito <strong>de</strong> Cristo, sem qualquer distinção.<br />

Este fato não se <strong>de</strong>ve apenas porque toda a sua plenitu<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>rramada<br />

sobre Cristo como nosso Mediador e Cabeça, <strong>de</strong> maneira que<br />

cada um <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> agora receber <strong>de</strong>le sua própria porção, mas<br />

também porque o mesmo Espírito é comum ao Pai e ao Filho, o qual<br />

é com eles <strong>de</strong> uma só essência e possui a mesma Deida<strong>de</strong> eterna.<br />

Entretanto, visto não termos comunicação com Deus a não ser por<br />

meio <strong>de</strong> Cristo, o apóstolo sabiamente <strong>de</strong>sce do Pai a Cristo, pelo<br />

fato <strong>de</strong> haver entre o Pai e nós uma gran<strong>de</strong> distância.<br />

10. E se Cristo está em vós. Ele agora aplica a Cristo suas prévias<br />

afirmações concernentes ao Espírito, com o fim <strong>de</strong> significar a maneira<br />

como Cristo habita em nós. Pois assim como pelo Espírito ele nos<br />

sacraliza como templos particularmente seus, também, pelo mesmo<br />

Espírito, ele nos habita. O apóstolo agora explica mais distintamente<br />

o que já aludimos, ou seja: que os filhos <strong>de</strong> Deus não são tidos como<br />

espirituais com base em uma perfeição plena e final, mas somente<br />

em razão da nova vida que teve início neles. Ele aqui antecipa uma<br />

dúvida, que <strong>de</strong> outra forma po<strong>de</strong>ria causar-nos preocupação, ou seja:<br />

embora o Espírito possua parte <strong>de</strong> nós, não obstante vemos outra<br />

parte sendo ainda retida pela morte. Ele respon<strong>de</strong>, dizendo que há<br />

no Espírito <strong>de</strong> Cristo o po<strong>de</strong>r vivificante que é capaz <strong>de</strong> absorver<br />

nossa mortalida<strong>de</strong>. E conclui <strong>de</strong>ste fato que <strong>de</strong>vemos esperar com<br />

paciência até que os resíduos do pecado sejam por fim inteira e<br />

finalmente abolidos.<br />

Que os leitores se lembrem <strong>de</strong> que mencionamos o fato <strong>de</strong><br />

que o termo Espírito não significa a alma, e, sim, o Espírito <strong>de</strong> re-

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