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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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588 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

dúvida, para que <strong>de</strong>sfrutassem maior estima e respeito dos romanos. 6<br />

7. Saudai a Andrônito e a Júnias. Ainda que Paulo não tivesse<br />

por costume dar <strong>de</strong>masiada importância a consangüinida<strong>de</strong>, ou a<br />

outros privilégios físicos, não obstante, em razão <strong>de</strong> sua relação com<br />

Júnias e Andrônito po<strong>de</strong>r contribuir <strong>de</strong> alguma forma para que se<br />

tornassem melhor conhecidos dos romanos, ele não omite fazer nem<br />

mesmo esta recomendação em favor <strong>de</strong>les. O segundo tributo que<br />

lhes paga, <strong>de</strong> que eram seus companheiros <strong>de</strong> prisão, 7 é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância, pois os serviços que nos unem a Cristo são <strong>de</strong>veras<br />

dignos <strong>de</strong> honras. Em terceiro lugar, ele os qualifica <strong>de</strong> apóstolos.<br />

Contudo, ele não faz uso <strong>de</strong>ste título em seu sentido próprio e geralmente<br />

aceito, mas o esten<strong>de</strong> para incluir todos aqueles que não<br />

só estabelecem uma igreja, mas empregam todos seus esforços<br />

na expansão do evangelho, em todos os rincões. Nesta passagem,<br />

portanto, ele está se referindo, <strong>de</strong> uma forma geral, àqueles que<br />

plantavam igrejas, levando a doutrina da salvação a várias plagas, na<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apóstolos. Ele restringe a palavra, em outra parte, à or<strong>de</strong>m<br />

principal [ad primarium illum ordinem] que Cristo estabelecera<br />

no princípio, quando escolhera os doze discípulos. Teria sido ridículo,<br />

por outro lado, atribuir tão gran<strong>de</strong> honra como esta aos poucos<br />

por ele mencionados. Mas, visto que haviam abraçado o evangelho<br />

antes <strong>de</strong>le, então não hesita em atribuir-lhes esta preeminência. 8<br />

6 De Maria lemos que “trabalhou muito”, εἰς ἡμα̑ς, em prol <strong>de</strong> nós, ou entre nós; “em nosso<br />

meio – entre nós”, Beza; “pro nobis – por nós”, Grotius. A leitura εἰς ἡμα̑ς, em prol <strong>de</strong> vós,<br />

conta com muitos manuscritos em seu favor, e também ἐν ὑμν, em vosso meio.<br />

7 Não se sabe ao certo o que o apóstolo tem em mente; pois até aqui não temos nenhum<br />

relato <strong>de</strong>le como prisioneiro, exceto por um curto período em Filipos [At 16.23-40]; e é<br />

provável que foi nessa ocasião que eles foram seus companheiros <strong>de</strong> prisão; pois à luz da<br />

narrativa parece que houve mais prisioneiros além <strong>de</strong> Paulo e Silas, quando lemos que os<br />

‘prisioneiros’ os ouviam cantar [v. 25]; e lemos que Paulo diz ao carcereiro, no versículo<br />

28: “todos nós estamos aqui”, <strong>de</strong>notando claramente que ele tinha alguém mais consigo<br />

além <strong>de</strong> Silas.<br />

8 As palavras ἐπίσημοι ἐν τος ἀποστόλοις, notadas entre os apóstolos, dificilmente admitem<br />

um significado diferente do que se dá aqui, ainda que alguns tenham insistido que o significado<br />

é que eram muito estimados pelos apóstolos, ou que eram “distintos no critério<br />

dos apóstolos”, ou que eram bem conhecidos entre os apóstolos. Mas, como “apóstolos”<br />

em alguns outros casos signficavam mestres, como Barnabé [At 14.14], a explicação aqui<br />

apresentada <strong>de</strong>ve ser bem aprovada.

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