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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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60 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

aconselhar é sempre melhor tendo a pessoa [aconselhada] presente,<br />

Paulo <strong>de</strong>sejava estar [presente] com eles. Ele explica a razão <strong>de</strong> seu<br />

conselho, ou, seja: para <strong>de</strong>monstrar que ele queria empreen<strong>de</strong>r uma<br />

viagem penosa, não em benefício pessoal, e, sim, no <strong>de</strong>les. Por dons<br />

espirituais 24 ele quer dizer as habilida<strong>de</strong>s que possuía, seja para a pregação,<br />

exortação, ou para a profecia, e que sabia muito bem que os<br />

mesmos provinham da graça <strong>de</strong> Deus. E aqui ele se põe, <strong>de</strong> uma forma<br />

notável, a realçar a utilização lícita <strong>de</strong>sses dons, ao usar o termo<br />

compartilhar, pois os diferentes dons são dados a cada um individualmente,<br />

<strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>rem todos contribuir generosamente para seus<br />

comuns interesses e comunicar uns aos outros os dons possuídos individualmente<br />

[Rm 12.3; 1Co 12.11].<br />

12. Para que eu e vós sejamos mutuamente confortados pela fé.<br />

Paulo modifica suas palavras acerca do compartilhar, tomando cuidado<br />

para não parecer que os consi<strong>de</strong>rava como quem não fora ainda instruído<br />

nos princípios elementares do evangelho, e quem não fora ainda<br />

a<strong>de</strong>quadamente iniciado em Cristo. Ele diz, portanto, que se sentia muitíssimo<br />

solícito por ajudá-los exatamente no ponto em que os que já<br />

haviam feito gran<strong>de</strong>s progressos ainda necessitavam <strong>de</strong> assistência,<br />

pois todos nós somos carentes <strong>de</strong> confirmação até que atinjamos “a<br />

medida da estatura da plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo” [Ef 4.13]. Não se sentindo<br />

satisfeito com esta mo<strong>de</strong>sta asseveração, ele a modifica, mostrando que<br />

não usurpava a posição <strong>de</strong> mestre sem <strong>de</strong>sejar também apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong>les,<br />

como se quisesse dizer: “Estou ansioso por confirmar-vos segundo<br />

a medida da graça a mim conferida, para que vosso exemplo também<br />

acrescente coragem [alacritatem – alacrida<strong>de</strong>] à minha fé e para que, eu<br />

e vós, venhamos a beneficiar-nos mutuamente.”<br />

24 As palavras τι χάρισμα πνευματικὸν, algum dom ou benefício espiritual parece ser <strong>de</strong> uma<br />

natureza geral. Alguns, tais como Chalmers e Haldane, presumiram que um po<strong>de</strong>r miraculoso<br />

é aqui pretendido, o qual somente os Apóstolos comunicaram, tal como o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

falar em línguas. Mas a maioria dos comentaristas concorda com o ponto <strong>de</strong> vista dado<br />

aqui. A frase não se encontra em qualquer outro lugar: χάρισμα, no plural, é usada para <strong>de</strong>signar<br />

po<strong>de</strong>res miraculosos [1Co 12.9; e τὰ πνευματικὰ significa a mesma coisa [1Co 14.1].<br />

Aqui, porém, sem dúvida, a expressão inclui qualquer dom ou benefício, quer miraculoso<br />

ou ordinário, do qual o Apóstolo se tornou o meio <strong>de</strong> comunicação.

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