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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 15 • 559<br />

parte, é plenamente certo que ele acomodou seu ensino visando à<br />

edificação <strong>de</strong> seu povo <strong>de</strong> nosso tempo, através dos apóstolos, como<br />

fizera antigamente através dos profetas. Desta passagem também se<br />

<strong>de</strong>duz uma excelente refutação contra os fanáticos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

a tese <strong>de</strong> que o Velho Testamento se acha abolido, e que o mesmo<br />

não <strong>de</strong>sfruta nenhuma relevância entre os cristãos. Teriam eles a<br />

impertinência <strong>de</strong> afastar os cristãos daqueles livros que, como Paulo<br />

testifica, foram <strong>de</strong>stinados por Deus para a salvação <strong>de</strong>les?<br />

Ao adicionar, a fim <strong>de</strong> que, pela paciência e pela consolação das<br />

Escrituras, tenhamos esperança, 4 ele não inclui todos os benefícios<br />

que nos advêm da Palavra <strong>de</strong> Deus, senão que, sucintamente, realça<br />

seu principal objetivo. Porque a obra primordial das Escrituras é<br />

soerguer aqueles que estão preparados pela paciência e fortalecidos<br />

pela consolação para a esperança da vida eterna, bem como para<br />

conservar seus pensamentos fixos nela. Alguns traduzem a palavra<br />

consolação por exortação. Não faço nenhuma objeção a isso, exceto<br />

que consolação e paciência se a<strong>de</strong>quam melhor, visto que paciência<br />

tem sua origem na consolação. Somente quando Deus tempera<br />

nossas asperezas com consolação é que nos sentimos prontos para<br />

suportá-las com pa ciência. A paciência dos crentes não é aquela<br />

intrepi<strong>de</strong>z imposta pelos filósofos, mas, sim, aquela mansidão por<br />

meio da qual espontaneamente nos submetemos a Deus quando o<br />

aroma <strong>de</strong> seu bondoso e paternal amor nos suaviza todas as dores.<br />

Esta paciência nutre e sustenta em nós a esperança para que a<br />

mesma não <strong>de</strong>sfaleça.<br />

5. Ora, o Deus <strong>de</strong> paciência e consolação vos conceda o mesmo<br />

espírito <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. Deus é <strong>de</strong>nominado pelo efeito que ele produz.<br />

O apóstolo previamente atribuiu este efeito às Escrituras, mas por<br />

razões distintas. Tão-somente Deus é o Autor da paciência e da<br />

consolação, visto que ele inspira ambos estes atributos em nossos<br />

corações pelo Espírito Santo, e todavia usa sua Palavra como instrumento<br />

para a consecução <strong>de</strong>ste objetivo. Primeiramente, ele nos<br />

4 Ou: Para que possuamos, <strong>de</strong>sfrutemos ou retenhamos a esperança.

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