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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 2 • 113<br />

Aqui somos advertidos, primeiramente, a não incensar a nós mesmos<br />

e menosprezar outros quando nada mais fizemos do que observar apenas<br />

uma parte da lei; e, em segundo lugar, a não blasonarmos em remover<br />

apenas a idolatria externa, enquanto não nos esforçamos em escorraçar<br />

e erradicar a impieda<strong>de</strong> que se aninha nos recessos <strong>de</strong> nossos corações.<br />

23. Tu, que te glorias na lei, <strong>de</strong>sonras a Deus, transgredindo a lei?<br />

Todo transgressor da lei <strong>de</strong>sonra a Deus, visto que todos nascemos<br />

com o fim <strong>de</strong> adorá-lo em santida<strong>de</strong> e justiça. Paulo, contudo, acusa os<br />

ju<strong>de</strong>us justamente, neste aspecto, <strong>de</strong> uma culpa específica, pois quando<br />

proclamavam a Deus como o doador <strong>de</strong> sua lei, sem se preocuparem<br />

<strong>de</strong>masiadamente em regular suas vidas <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com suas<br />

normas, <strong>de</strong>monstravam vividamente que se importavam mui pouco<br />

com a Majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, a qual tão facilmente menosprezavam. No<br />

presente tempo, igualmente, os que freneticamente discorrem sobre a<br />

doutrina <strong>de</strong> Cristo, enquanto a tripudiam através <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>senfreada e<br />

libertina forma <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>sonram a Cristo conspurcando seu evangelho.<br />

24. Porque o nome <strong>de</strong> Deus é blasfemado. Minha conclusão é que<br />

esta citação foi tomada <strong>de</strong> Ezequiel 36.20, e não <strong>de</strong> Isaías 52.5, visto que<br />

em Isaías não se acha presente nenhuma repreensão contra o povo,<br />

enquanto que todo o capítulo [36] <strong>de</strong> Ezequiel está saturado <strong>de</strong> censura.<br />

Alguns eruditos afirmam que este é um argumento do menor para o<br />

maior, neste sentido: “O profeta com justa razão repreen<strong>de</strong> os ju<strong>de</strong>us<br />

<strong>de</strong> seu tempo, porque a glória e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus eram ridicularizados<br />

entre os gentios em razão <strong>de</strong> seu cativeiro, como se Deus não houvera<br />

sido capaz <strong>de</strong> preservar a nação que havia tomado sob sua proteção.<br />

Ora, se ele proce<strong>de</strong>u assim em relação aos ju<strong>de</strong>us antigos, então tu,<br />

muito mais que eles, és uma <strong>de</strong>sgraça para o nome <strong>de</strong> Deus, pois vives<br />

blasfemando <strong>de</strong> sua religião, a qual é julgada pelos homens <strong>de</strong> acordo<br />

com a tua consumada corrupção moral.” Não rejeito esta interpretação,<br />

porém prefiro a mais simples, a saber: “Vemos que todas as censuras<br />

arremessadas contra o povo <strong>de</strong> Israel recaem sobre o nome <strong>de</strong> Deus,<br />

porque os ju<strong>de</strong>us, já que são consi<strong>de</strong>rados e estimados como o povo <strong>de</strong><br />

Deus, levam o nome <strong>de</strong>ste gravado em suas frontes. Vangloriam-se do

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