27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

138 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

qual nosso instinto perverso é mantido sob controle, sua remoção<br />

<strong>de</strong>simpe<strong>de</strong> em nós a reação <strong>de</strong> todo gênero <strong>de</strong> conduta licenciosa.<br />

Para evitar que alguém consi<strong>de</strong>re estas citações como uma<br />

distorção <strong>de</strong> seu sentido original, consi<strong>de</strong>raremos cada uma <strong>de</strong>las<br />

em seu próprio contexto. No Salmo 14.3, Davi afirma que havia uma<br />

perversida<strong>de</strong> tão inerente no homem, que Deus, fazendo um <strong>de</strong>tido<br />

exame em todos e individualmente, não consegue encontrar um sequer<br />

que seja justo. Daí, segue-se que esta infecção [moral e espiritual] se<br />

disseminou por toda a raça humana, já que nada escapa à introvisão<br />

divina. É verda<strong>de</strong> também que no final do Salmo ele fala da re<strong>de</strong>nção<br />

<strong>de</strong> Israel, porém a seguir mostraremos <strong>de</strong> que forma e em que extensão<br />

os santos se <strong>de</strong>svencilham <strong>de</strong> tal condição. O salmista, em outros<br />

salmos, se queixa da perversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus inimigos, prefigurando, em<br />

si e em sua progênie, um tipo do reino <strong>de</strong> Cristo. Em seus adversários,<br />

pois, se acham representados todos quantos, estando alienados <strong>de</strong><br />

Cristo, não são guiados pelo Espírito Santo. Quanto a Isaías, ele expressamente<br />

menciona Israel, porém sua acusação se direciona e se<br />

aplica melhor aos gentios. Não há dúvida <strong>de</strong> que a natureza humana<br />

é <strong>de</strong>scrita nestes termos a fim <strong>de</strong> que aprendamos o que é o homem<br />

quando é entregue a si mesmo, visto que a Escritura testifica que todos<br />

quantos não são regenerados pela graça <strong>de</strong> Deus se acham neste<br />

estado. A condição dos santos não será em nada melhor, a menos que<br />

esta <strong>de</strong>pravação seja corrigida neles. Que se lembrem, contudo, que<br />

em sua natureza inerente não são em nada diferentes dos <strong>de</strong>mais.<br />

Vão sempre encontrar no que resta <strong>de</strong> sua natureza carnal, da qual<br />

não po<strong>de</strong>m escapar, as sementes <strong>de</strong>sses males que produziriam<br />

continuamente seus efeitos neles, não fossem os mesmos refreados<br />

através <strong>de</strong> constante mortificação <strong>de</strong>ssa natureza corrupta. Por isso<br />

são <strong>de</strong>vedores à misericórdia <strong>de</strong> Deus, e não a sua própria natureza.<br />

Conforme já observei acima [1.26], po<strong>de</strong>mos acrescentar ainda que,<br />

embora todos os vícios aqui enumerados não se fazem evi<strong>de</strong>ntes em<br />

cada indivíduo, isto não impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem eles, com justiça e verda<strong>de</strong>,<br />

atribuídos à natureza humana.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!