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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 3 • 133<br />

porque esta impieda<strong>de</strong> conseguiu conquistar seu assentimento<br />

mental; segunda, porque, ao caluniar o evangelho, ousaram extrair<br />

sua calúnia <strong>de</strong>sta mesma fonte.<br />

9. Que se conclui? Temos nós qualquer<br />

vantagem? não, <strong>de</strong> forma nenhuma;<br />

pois já <strong>de</strong>monstramos que todos,<br />

tanto ju<strong>de</strong>us como gregos, estão <strong>de</strong>baixo<br />

do pecado.<br />

9. Quid ergo? præcellimus? 9 Nequaquam:<br />

ante enim constituimus tàm<br />

Judæos quàm Græcos, omnes sub<br />

peccato esse.<br />

9. Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Paulo volta<br />

da digressão a seu tema. Com o fim <strong>de</strong> impedir que os ju<strong>de</strong>us reclamassem<br />

que estavam sendo privados <strong>de</strong> seus direitos, o apóstolo<br />

menciona, com <strong>de</strong>talhes, as distinções <strong>de</strong> honra pelas quais se exaltavam<br />

acima dos gentios, ele agora finalmente respon<strong>de</strong> à pergunta<br />

se porventura excediam os gentios em algum aspecto. Sua resposta<br />

parece ser levemente diferente da que formulara acima, visto que<br />

agora <strong>de</strong>spoja <strong>de</strong> toda e qualquer dignida<strong>de</strong> àqueles a quem anteriormente<br />

conce<strong>de</strong>ra tanto. Contudo, não há aqui contradição alguma,<br />

pois aqueles privilégios por causa dos quais admitira sua preeminência<br />

eram externos para eles mesmos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da benevolência<br />

divina, e não <strong>de</strong> seus próprios méritos. Paulo inquire se possuíam<br />

alguma dignida<strong>de</strong> em que pu<strong>de</strong>ssem gloriar-se. As duas respostas,<br />

pois, que apresenta concordam uma com a outra <strong>de</strong> tal forma que<br />

uma flui da outra. Ao enaltecer seus privilégios, incluindo-os entre os<br />

benefícios que emanam exclusivamente <strong>de</strong> Deus, o apóstolo provou<br />

que os ju<strong>de</strong>us nada possuíam <strong>de</strong> seu próprio. A resposta que ele dá,<br />

agora, não po<strong>de</strong>ria ter sido <strong>de</strong>duzida imediatamente <strong>de</strong>sta, pois se<br />

a principal excelência <strong>de</strong>les está no fato <strong>de</strong> que os oráculos divinos<br />

9 “Præcellimus?” προεχόμεθα; “Temos a vantagem?” Doddridge; “Levamos vantagem?” Macknight;<br />

“Temos alguma preferência?” Stuart. Ela é assim parafreada por Teodoreto: τί<br />

ον κατέχομεν περισσόν – “Que vantagem, pois, temos nós?” “Præcellimus” é a tradução<br />

<strong>de</strong> Erasmo, Pareus e Beza. Venema diz que este verbo, só na voz ativa, tem este significado<br />

em autores gregos; porém o contexto não po<strong>de</strong> permitir nenhum outro sentido aqui.<br />

Wetstein <strong>de</strong> fato lhe dá um sentido passivo, “an antecellimur – somos excedidos?”, mas<br />

dificilmente po<strong>de</strong> caber no núcleo da passagem.

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