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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 13 • 525<br />

também adiciona no final: e se há qualquer outro mandamento. Ele<br />

omitiu o mandamento que nos obriga a honrar nossos pais. Po<strong>de</strong><br />

parecer absurdo que ele <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>re um ponto que está em tão<br />

estreita relação com seu tema. Mas não seria o caso <strong>de</strong> o apóstolo<br />

ter mantido silêncio com o propósito <strong>de</strong> evitar obscurecer seu<br />

argumento? Não obstante, <strong>de</strong>vo hesitar-me em asseverar tal coisa,<br />

porquanto noto que ele afirmou tudo quanto tencionava provar,<br />

ou, seja: se Deus, através <strong>de</strong> todos seus mandamentos, não tinha<br />

nenhum outro propósito em vista senão nos instruir nos <strong>de</strong>veres<br />

do amor, então <strong>de</strong>vemos esforçar-nos <strong>de</strong> todas as formas por alcançá-lo.<br />

Não obstante, o leitor que não visa a disputas logo reconhecerá<br />

que através <strong>de</strong> passagens como esta o apóstolo <strong>de</strong>sejava<br />

provar que o objetivo <strong>de</strong> toda a lei consiste em encorajar-nos ao<br />

cultivo do amor recíproco. Devemos, pois, suprir o que ele <strong>de</strong>ixou<br />

passar em silêncio, dizendo que a obediência aos magistrados não<br />

é algo <strong>de</strong> somenos importância para se fomentar a paz e preservar<br />

o amor fraternal.<br />

10. O amor não faz mal ao próximo. Ele prova, a partir <strong>de</strong><br />

seus efeitos, que o termo amor contém tudo quanto nos é ensinado<br />

em todos esses mandamentos. Aqueles que se acham dotados <strong>de</strong><br />

genuíno amor jamais pensarão em injuriar seus irmãos. Toda a lei<br />

nos proíbe somente uma coisa: fazer alguma sorte <strong>de</strong> mal a nosso<br />

próximo. Isto, portanto, estaria relacionado com o presente propósito<br />

<strong>de</strong> Paulo. Visto que os magistrados são os guardiães da paz e<br />

da eqüida<strong>de</strong>, aqueles que <strong>de</strong>sejam que cada indivíduo preserve seus<br />

direitos, e que todos os homens estejam livres <strong>de</strong> toda e qualquer<br />

injúria, <strong>de</strong>vem, pois, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r com o máximo <strong>de</strong> seu empenho o ofício<br />

dos magistrados. Ao contrário, os inimigos da or<strong>de</strong>m pública é<br />

que <strong>de</strong>sejam trazer ruína. A reiteração que Paulo faz <strong>de</strong> que o amor<br />

é o cumprimento da lei <strong>de</strong>ve ser entendida, como antes, no sentido<br />

daquela parte da lei que se relaciona com a socieda<strong>de</strong> humana. Não<br />

se faz aqui qualquer alusão à primeira tábua da lei, a qual trata <strong>de</strong><br />

nossa relação cultual com Deus.

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