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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 16 • 589<br />

11. Os da casa <strong>de</strong> Narciso. Teria sido um terrível insulto a Pedro<br />

a omissão <strong>de</strong> seu nome, caso ele estivesse então em Roma. Se é para<br />

dar crédito aos católicos romanos, então ele <strong>de</strong>veria estar lá. Mas<br />

se nosso melhor procedimento em matéria <strong>de</strong> dúvida é empregar<br />

semelhante conjetura, nenhum crítico mo<strong>de</strong>rado será induzido a<br />

crer na afirmação <strong>de</strong>les, pois o apóstolo jamais teria omitido a menção<br />

<strong>de</strong> Pedro. É também digno <strong>de</strong> nota que nenhum <strong>de</strong>sses títulos<br />

magnificentes e nobilitantes aqui mencionados nos leve a concluir<br />

que os cristãos fossem pessoas <strong>de</strong> estirpe nobre. Aqueles a quem<br />

Paulo menciona em Roma eram obscuros e <strong>de</strong> origem humil<strong>de</strong>.<br />

Narciso, que é aqui mencionado, era, creio eu, o [escravo] liberto<br />

<strong>de</strong> Cláudio, famigerado por seus inúmeros crimes escandalosos e<br />

sua conduta <strong>de</strong>vassa. Tão mais extraordinária é a graça divina que<br />

penetrou fundo naquele lar execrando, saturado <strong>de</strong> toda sorte <strong>de</strong><br />

perversida<strong>de</strong>. Narciso mesmo não era convertido a Cristo, mas foi<br />

algo momentoso que uma casa que lembrava o próprio inferno fosse<br />

visitada pela graça <strong>de</strong> Cristo. Mas, visto que aqueles que viviam na<br />

companhia <strong>de</strong> tão imundo alcoviteiro, ladrão <strong>de</strong> voraz ganância e<br />

uma criatura completamente <strong>de</strong>pravada, não obstante adoravam a<br />

Cristo em pureza [<strong>de</strong> coração]; servos que não tinham razão por que<br />

esperar algo <strong>de</strong> seus senhores, mas que podiam seguir a Cristo por<br />

conta própria. Deveras, a exceção que o apóstolo menciona mostra<br />

que a família era dividida, <strong>de</strong> modo que só havia uns poucos crentes.<br />

16. Saudai uns aos outros com ósculo santo. O ósculo, segundo<br />

<strong>de</strong>duzo <strong>de</strong> muitas passagens da Escritura, era um símbolo freqüente e<br />

muitíssimo costumeiro <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> entre os ju<strong>de</strong>us. Este costume era,<br />

provavelmente, menos freqüente entre os romanos. Entretanto, ele<br />

não era totalmente <strong>de</strong>sconhecido, ainda que somente aos parentes<br />

se permitia beijar as mulheres. Não obstante, tornou-se costumeiro<br />

no meio cristão, nos primórdios <strong>de</strong> sua história, oscularem-se uns<br />

aos outros antes <strong>de</strong> receberem a Ceia do Senhor, como um selo<br />

<strong>de</strong> sua fraternida<strong>de</strong>. Depois disto ofereciam esmolas com o fim <strong>de</strong><br />

provar por meio <strong>de</strong> feitos e efeitos o que pretendiam representar

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