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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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80 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

que eles não po<strong>de</strong>m escapar sem justa con<strong>de</strong>nação, já que essa impieda<strong>de</strong><br />

era seguida dos efeitos que provam a manifesta evidência da ira<br />

do Senhor. Entretanto, se a ira do Senhor é sempre justa, segue-se que<br />

tem havido algo neles que era digno <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação. Paulo, portanto,<br />

agora usa esses sinais para comprovar a apostasia e <strong>de</strong>serção dos homens,<br />

pois o Senhor pune aqueles que se alienam <strong>de</strong> sua benevolência,<br />

lançando-os <strong>de</strong> ponta cabeça na <strong>de</strong>struição e ruína <strong>de</strong> todo gênero. Ao<br />

comparar os vícios <strong>de</strong> que eram culpados com a impieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que os<br />

acusara anteriormente, ele mostra que estavam sofrendo castigo proveniente<br />

do justo juízo <strong>de</strong> Deus. Visto que nada nos é mais precioso<br />

do que nossa própria honra, é o cúmulo da cegueira não hesitarmos<br />

em atrair <strong>de</strong>sgraça sobre nós mesmos. Portanto, é um castigo muitíssimo<br />

justo para a <strong>de</strong>sonra praticada contra a Majesta<strong>de</strong> divina. Este é<br />

o tema que o apóstolo <strong>de</strong>senvolve no fim do capítulo, porém lida com<br />

ele <strong>de</strong> várias formas, pois o mesmo requeria consi<strong>de</strong>rável ampliação.<br />

Em suma, pois, o que o apóstolo está dizendo significa que a ingratidão<br />

humana para com Deus é injustificável. O próprio exemplo<br />

<strong>de</strong>les prova sem ro<strong>de</strong>ios que a ira <strong>de</strong> Deus contra eles é sem misericórdia.<br />

Porque jamais teriam se precipitado, como bestas, em tão<br />

<strong>de</strong>testáveis atos <strong>de</strong> luxúria, se porventura não houvessem incorrido<br />

no ódio e inimiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus em sua Majesta<strong>de</strong>. Portanto, visto que o<br />

vício mais flagrante é praticado em todos os lugares, ele conclui que as<br />

provas indubitáveis da vingança divina se tornam patentes na raça humana.<br />

Ora, se essa vingança divina nunca age sem motivo ou <strong>de</strong> forma<br />

injusta, mas é sempre mantida <strong>de</strong>ntro dos limites da reta justiça, Paulo<br />

nos afirma que, à luz <strong>de</strong>sse fato, se faz evi<strong>de</strong>nte que tal <strong>de</strong>struição, não<br />

menos certa que justa, ameaça a humanida<strong>de</strong> toda.<br />

É totalmente <strong>de</strong>snecessário, aqui, entrar em infindável discussão<br />

sobre como Deus entrega os homens à vida <strong>de</strong> iniqüida<strong>de</strong>. É <strong>de</strong>veras<br />

certo que ele não só permite que os homens caiam em pecado, aprovando<br />

que vivam assim, fingindo não ver sua queda, mas também o<br />

or<strong>de</strong>na por seu justo juízo, <strong>de</strong> modo que são forçosamente conduzidos<br />

a tal loucura, não só por seus <strong>de</strong>sejos maus, mas também motivados

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