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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 8 • 333<br />

23. E não somente ela, mas também<br />

nós que temos as primícias do Espírito,<br />

igualmente gememos em nosso<br />

íntimo, aguardando nossa adoção, a<br />

saber, a re<strong>de</strong>nção <strong>de</strong> nosso corpo.<br />

24. Porque na esperança fomos salvos.<br />

Ora, esperança que se vê não<br />

é esperança; pois o que alguém vê,<br />

como o espera?<br />

25. Mas, se esperamos o que não<br />

vemos, então com paciência o<br />

aguardamos.<br />

23. Non solum autem, sed ipsi quoque<br />

qui primordia Spiritus habemus;<br />

nos inquam ipsi in nobis ipsis gemimus,<br />

adoptionem expectantes,<br />

re<strong>de</strong>mptionem corporis nostri.<br />

24. Spe enim salvi facti sumus; spes<br />

vero quæ conspicitur, non est spes;<br />

quod enim conspicit quis, quomodo<br />

etiam speret?<br />

25. Si ergo non quod non conspicimus,<br />

speramus, per patientiam expectamus.<br />

23. E não somente ela, mas também nós. Há quem pense que o<br />

apóstolo, aqui, pretendia exagerar a dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa futura bem-<br />

-aventurança, visto que todas as coisas, não simplesmente as esferas<br />

irracionais da criação, mas também nós mesmos, que fomos regenerados<br />

pelo Espírito <strong>de</strong> Deus, olhamos para ele com ar<strong>de</strong>nte anseio.<br />

Este ponto <strong>de</strong> vista po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fendido, porém Paulo, parece-me,<br />

está comparando o maior com o menor, como a dizer: “A excelência<br />

<strong>de</strong> nossa glória futura é <strong>de</strong> tal importância, mesmo para os próprios<br />

elementos que carecem <strong>de</strong> sentido e razão, que as criaturas ar<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> anseio por ela. Portanto nós, que fomos iluminados pelo Espírito<br />

<strong>de</strong> Deus, aspiramos e nos esforçamos por alcançar tão excelente<br />

bem, tanto pela firmeza <strong>de</strong> nossa esperança quanto pela diligência <strong>de</strong><br />

nosso zelo.” Paulo evoca dois gêneros <strong>de</strong> comoção nos crentes. Eles<br />

gemem, visto que se sentem sobrecarregados com o senso <strong>de</strong> sua<br />

presente miséria, e contudo aguardam pacientemente seu livramento.<br />

Ele <strong>de</strong>seja que se ergam pela expectativa da bem-aventurança futura<br />

e superem todos os seus atuais sofrimentos, tendo sua mente posta<br />

acima <strong>de</strong> sua imediata condição, <strong>de</strong> maneira que não consi<strong>de</strong>rem o<br />

que são agora, e, sim, o que serão <strong>de</strong>pois.<br />

Mas também nós que temos as primícias do Espírito. Não me<br />

sinto <strong>de</strong> todo feliz com a interpretação daqueles que explicam a<br />

palavra primícias [primitias] como a significar uma excelência rara<br />

e notável. Portanto, a fim <strong>de</strong> evitar ambigüida<strong>de</strong>, preferi traduzir a

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