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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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134 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

se acham <strong>de</strong>positados com eles, e se porventura possuem esta preeminência<br />

por seus próprios méritos, então não têm motivo para<br />

gloriar-se aos olhos <strong>de</strong> Deus. Note-se, porém, a santa habilida<strong>de</strong> do<br />

apóstolo em dirigir-se aos ju<strong>de</strong>us na terceira pessoa, ao <strong>de</strong>screver a<br />

preeminência <strong>de</strong>les. Ao <strong>de</strong>spi-los <strong>de</strong> todo e qualquer privilégio, ele<br />

se inclui em seu número com o fim <strong>de</strong> evitar ofensa.<br />

Pois já <strong>de</strong>monstramos que todos, tanto ju<strong>de</strong>us como gregos.<br />

O verbo grego, αἰτια̑σθαι, que Paulo usa aqui, é propriamente um<br />

termo forense, e portanto preferi traduzi-lo temos <strong>de</strong>monstrado. 10<br />

Diz-se <strong>de</strong> um querelante que estabelece uma acusação numa ação<br />

[judicial] que ele preparou para ser consubstanciada por outros<br />

testemunhos e provas. O apóstolo convocou toda a humanida<strong>de</strong> a<br />

comparecer perante o tribunal divino, a fim <strong>de</strong> incluir todos sob uma<br />

única con<strong>de</strong>nação. É fora <strong>de</strong> propósito argumentar que o apóstolo,<br />

aqui, não apresenta meramente uma acusação, senão que apresenta,<br />

mais especialmente, a prova. Nenhuma acusação é proce<strong>de</strong>nte a<br />

menos que esteja baseada em provas sólidas e válidas, assim como<br />

Cícero diz quando, em certa passagem, faz distinção entre acusação<br />

e reprovação. Estar <strong>de</strong>baixo do pecado significa que estamos merecidamente<br />

con<strong>de</strong>nados diante <strong>de</strong> Deus como pecadores, ou que<br />

estamos mantidos sob a maldição em virtu<strong>de</strong> do pecado. Enquanto<br />

que a justiça traz consigo a absolvição, a conseqüência do pecado<br />

é a con<strong>de</strong>nação.<br />

10. Como está escrito: Não há justo,<br />

nem um sequer.<br />

11. Não há ninguém que entenda, não<br />

há ninguém que busque a Deus.<br />

12. Todos se extraviaram, e juntamente<br />

se fizeram inúteis. Não há quem<br />

faça o bem, nem sequer um.<br />

10. Sicut scriptum, Quòd non est justus<br />

quisquam, ne unus qui<strong>de</strong>m;<br />

11. Non est intelligens, non est qui requirat<br />

Deum;<br />

12. Omnes <strong>de</strong>clinarunt, simul facti sunt<br />

inutiles; non est qui exerceat benignitatem,<br />

ne ad unum qui<strong>de</strong>m:<br />

10 É assim que Grotius, Beza e Stuart traduzem o verbo. Doddridge e Macknight preservaram<br />

nossa versão comum. “Temos antes acusado”, Chalmers. “Antea idoneis argumentis <strong>de</strong>monstravimus<br />

– temos antes provado por meio <strong>de</strong> argumentos suficientes”, Schleusner.<br />

É obrigação antes que convicção <strong>de</strong> que o verbo implica, ainda que a última idéia seja<br />

também consi<strong>de</strong>rada inclusa.

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