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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 8 • 355<br />

contexto todo, e o apóstolo, aqui, também remove toda possível<br />

dúvida mediante uma <strong>de</strong>finição mais clara <strong>de</strong>sse amor.<br />

Será tribulação, ou angústia, ou perseguição? O pronome masculino<br />

usado por Paulo, aqui, contém uma ênfase oculta. Quando<br />

po<strong>de</strong>ria ter dito no gênero neutro: “O que nos separará?”, ele preferiu<br />

personificar seres inanimados a fim <strong>de</strong> enviar-nos à competição com<br />

tantos campeões quantos diferentes gêneros <strong>de</strong> tentações há que<br />

propõem abalar nossa fé.<br />

Estas três tentações diferem da segunda forma: tribulação inclui<br />

todo gênero <strong>de</strong> sofrimento ou perdas, mas angústia é o sentimento interno,<br />

quando as dificulda<strong>de</strong>s nos enfraquecem para não divisarmos<br />

qual o curso a seguir. Tal era a ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão e Ló, quando<br />

um <strong>de</strong>les foi constrangido a expor sua esposa à prostituição, e o<br />

outro, suas filhas, visto que, em suas dificulda<strong>de</strong>s e perplexida<strong>de</strong>s,<br />

não viam uma via <strong>de</strong> escape. Perseguição, propriamente dita, <strong>de</strong>nota<br />

a violência tirânica pela qual os filhos <strong>de</strong> Deus são imerecidamente<br />

atormentados pelos ímpios. Embora em 2 Coríntios 4.8 Paulo negue<br />

que os filhos <strong>de</strong> Deus são στενοχωρούμενοι [‘apertados’], ele não se<br />

contradiz, pois não os faz simplesmente imunes <strong>de</strong> solicitu<strong>de</strong> ansiosa,<br />

mas significa que são libertados <strong>de</strong>la, como o exemplo <strong>de</strong> Abraão e<br />

Ló também revela.<br />

36. Como está escrito. Esta citação é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na<br />

consi<strong>de</strong>ração do tema em pauta. Paulo insinua que o terror da morte<br />

está longe <strong>de</strong> ser uma razão para nossa apostasia, que é quase sempre<br />

a porção dos servos <strong>de</strong> Deus ter a morte diante <strong>de</strong> seus olhos.<br />

corretamente toda a passagem sem perceber que esta explicação é a genuína. No versículo<br />

32, é incontestavelmente evi<strong>de</strong>nte que o amor <strong>de</strong> Deus por nós é o que está aqui<br />

expresso. Então, no versículo 37, diz expressamente: “por meio daquele que nos amou”;<br />

e o último versículo parece suficiente para remover toda dúvida possível. A dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Barnes é que ele não achava “concebível como as aflições teriam alguma tendência<br />

para alienar <strong>de</strong> nós o amor <strong>de</strong> Cristo”, surgindo daí uma concepção errônea. Pois quando<br />

falamos que não seremos separados do amor <strong>de</strong> Cristo, o significado óbvio é que nada<br />

po<strong>de</strong> impedir-nos <strong>de</strong> participar dos efeitos <strong>de</strong> seu amor; que ele, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu amor,<br />

nos sustentará em meio às tribulações mais intensas e nos faz “mais que vencedores”. A<br />

substância do que se diz aqui está contida na última cláusula do versículo 32 – “Como ele<br />

não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” Foi a certeza <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong> que<br />

levou o Apóstolo a obviamente no-la comunicar.

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