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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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372 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

6. Mas não significa que a palavra <strong>de</strong><br />

Deus haja falhado, porque nem<br />

todos os <strong>de</strong> Israel são <strong>de</strong> fato israelitas;<br />

7. nem por serem <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

Abraão são todos seus filhos; mas:<br />

Em Isaque será chamada tua <strong>de</strong>scendência.<br />

8. Isto é, os filhos <strong>de</strong> Deus não são propriamente<br />

os da carne, e, sim, os<br />

filhos da promessa é que <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>rados sua <strong>de</strong>scendência.<br />

9. Porque a palavra da promessa é esta:<br />

Por esse tempo virei, e Sara terá um<br />

filho.<br />

6. Neque tamen, quasi exci<strong>de</strong>rit verbum<br />

Dei: non enim omnes qui sunt<br />

ex Israele sunt Israelitæ:<br />

7. Nec qui sunt semen Abrahæ, i<strong>de</strong>o<br />

omnes filii; sed in Isaac vocabitur<br />

tibi semen:<br />

8. Hoc est, non qui sunt filii carnis, ii<br />

filii sunt Dei; sed qui sunt filii promissionis,<br />

censebuntur in semen:<br />

9. Promissionis enim verbum hoc est,<br />

Secundum hoc tempus veniam, et<br />

erit Saræ filius.<br />

6. Mas não significa que a palavra <strong>de</strong> Deus haja falhado. Paulo<br />

fora trazido a um estado <strong>de</strong> profunda comoção pela intensificação<br />

<strong>de</strong> sua oração. Ansioso, pois, <strong>de</strong> voltar a sua tarefa <strong>de</strong> instrução, ele<br />

adiciona o que se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar uma afirmação qualificativa, como<br />

que impedindo-se <strong>de</strong> atingir excessiva angústia. Seu ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>plorar<br />

a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> seu povo pareceu produzir a absurda posição <strong>de</strong> que<br />

o pacto que Deus fizera com Abraão havia fracasso (porque a graça<br />

<strong>de</strong> Deus não podia <strong>de</strong>ixar os israelitas sem abolir o pacto). Então<br />

aproveita a oportunida<strong>de</strong> para antecipar este absurdo, e mostra que<br />

a graça <strong>de</strong> Deus estivera em constante ativida<strong>de</strong> entre o povo ju<strong>de</strong>u,<br />

<strong>de</strong> tal modo que a verda<strong>de</strong> do pacto permanecia firme, apesar da<br />

profunda cegueira <strong>de</strong>les.<br />

Alguns lêem: “Mas não é possível...”, como se o grego fosse οόντε. 8<br />

Porém, visto que esta redação não se encontra em qualquer manuscrito,<br />

prefiro a redação comum: “Não que haja falhado”, no seguinte sentido:<br />

“Ao <strong>de</strong>plorar a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> minha nação, não significa que creio que a<br />

promessa <strong>de</strong> Deus, outrora dirigida a Abraão, esteja agora sem efeito.”<br />

8 Fosse esse o caso, o verbo que se segue, como diz Wolfius, e prova com um exemplo,<br />

teria sido no modo infinitivo. Piscator diz o mesmo. Mas Pareus e Beza tomam este como<br />

seu significado; e assim proce<strong>de</strong> Macknight: “Ora, não é possível que a promessa <strong>de</strong> Deus<br />

falhasse.”

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