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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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270 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

outro – passamos da lei para Cristo. Não obstante, Paulo ameniza a<br />

aspereza da expressão, dizendo que Cristo nos livrou do jugo da lei,<br />

a fim <strong>de</strong> enxertar-nos em seu próprio corpo. Embora, por algum tempo,<br />

tenha se submetido voluntariamente à lei, não era lícito que a lei<br />

mantivesse domínio sobre ele. Ele comunica esta liberda<strong>de</strong> também<br />

aos seus próprios membros, liberda<strong>de</strong> esta que era propriamente<br />

sua. Não carece, pois, que fiquemos surpresos se ele isenta do jugo<br />

da lei àqueles que une a si mesmo pelos laços sagrados [sacro nexu],<br />

para que venham a formar um só corpo com ele.<br />

Àquele que ressuscitou <strong>de</strong>ntre os mortos. Já dissemos que Cristo<br />

foi posto no lugar da lei, <strong>de</strong> modo que não é possível conceber-se<br />

algum gênero <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> fora <strong>de</strong>le, ou que alguém ouse divorciar-se<br />

da lei sem antes morrer para si mesmo. Paulo, contudo, empregou<br />

esta paráfrase para <strong>de</strong>notar a eternida<strong>de</strong> daquela vida que Cristo<br />

conquistou por meio <strong>de</strong> sua ressurreição, a fim <strong>de</strong> que os cristãos<br />

estivessem conscientes <strong>de</strong> que esta união com Cristo é <strong>de</strong> caráter<br />

eterno. O matrimônio espiritual que se dá entre Cristo e sua Igreja<br />

é melhor <strong>de</strong>scrito em Efésios 5.<br />

E <strong>de</strong>ste modo frutifiquemos para Deus. O apóstolo está sempre<br />

a acrescentar uma causa final, visando a que ninguém alegue que<br />

Cristo nos livrou da servidão da lei com o intuito <strong>de</strong> liberar-nos à<br />

licenciosida<strong>de</strong> da carne. Cristo nos ofereceu, juntamente com ele,<br />

em sacrifício ao Pai, e nos regenera a fim <strong>de</strong> que produzamos frutos<br />

para Deus, e para que nos apresentemos em novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Os<br />

frutos que nosso Pai celestial espera <strong>de</strong> nós, como bem o sabemos,<br />

são a santida<strong>de</strong> e a justiça. Entretanto, se somos servos <strong>de</strong> Deus,<br />

isto <strong>de</strong> forma alguma prejudica a nossa liberda<strong>de</strong>. Se porventura<br />

aspiramos <strong>de</strong>veras usufruir os gran<strong>de</strong>s benefícios que emanam<br />

<strong>de</strong> Cristo, o nosso único <strong>de</strong>ver daqui em diante será pon<strong>de</strong>rarmos<br />

em como vamos promover a glória <strong>de</strong> Deus, em virtu<strong>de</strong> da qual<br />

Cristo nos recebeu para sermos exclusivamente <strong>de</strong>le. De outra<br />

forma, permaneceremos escravizados, não só à lei, mas também<br />

ao pecado e à morte.

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