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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 16 • 597<br />

nenhum ser humano po<strong>de</strong>rá admirá-los apropriada e <strong>de</strong>tidamente.<br />

Esta sabedoria não <strong>de</strong>ve ser menos estimada por se achar vestida<br />

<strong>de</strong> um estilo humil<strong>de</strong>, ordinário e simples, pois assim foi do agrado<br />

<strong>de</strong> Deus subjugar a soberba da carne.<br />

Visto ser possível surgir em alguns a dúvida sobre como este<br />

mistério, oculto ao longo <strong>de</strong> tantas eras, pu<strong>de</strong>sse ter emergido<br />

tão subitamente, Paulo nos conta que isso não aconteceu por um<br />

<strong>de</strong>scuido nem por casualida<strong>de</strong> humana, mas pela eterna or<strong>de</strong>nação<br />

divina. Aqui também ele fecha a porta contra toda sorte <strong>de</strong> indagações<br />

que a impudência da mente humana costuma formular. A<br />

qualquer evento que surge súbita e inexplicavelmente os homens<br />

costumam consi<strong>de</strong>rar como algo sem qualquer propósito. Daqui às<br />

vezes <strong>de</strong>duzem erroneamente que as obras <strong>de</strong> Deus são carentes <strong>de</strong><br />

qualquer sentido, ou, pelo menos, se acham envoltas em dúvidas<br />

perplexivas. Paulo, pois, nos lembra que aquilo que se nos afigura<br />

como algo sem sentido foi <strong>de</strong>cretado por Deus antes da fundação<br />

do mundo. Mas, com o fim <strong>de</strong> impedir que alguém se irrompesse<br />

em controvérsia com o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacreditar o evangelho,<br />

acusando-o <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>, ele cita os escritos dos profetas, cujas<br />

predições agora <strong>de</strong>scobrimos terem se cumprido. Todos os profetas<br />

dão um testemunho tão convincente do evangelho, que não<br />

há melhor fonte da qual possa ele receber confirmação. Deus,<br />

assim, preparou <strong>de</strong>vidamente a mente <strong>de</strong> seu povo para que não<br />

se visse perplexa 16 ante a novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo em relação ao qual não<br />

estivesse acostumada.<br />

16 Esta frase é construída <strong>de</strong> maneira diferente. Alguns conectam “Escrituras proféticas”<br />

com “manifestado ou feito manifesto. Assim Doddridge e Stuart; porém Beza,<br />

Pareus e Macknight concordam com Calvino e conectam as palavras com “feito<br />

conhecido” ou proclamado. A partícula conjuntiva, τε, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> διὰ favorece esta<br />

construção; e διὰ significa aqui “por meio” ou pelo auxílio e sanção “das Escrituras<br />

proféticas”. Então o significado é “que o mistério, durante eras oculto, é agora<br />

manifesto, isto é, pelo evangelho e por meio das Escrituras proféticas, e consistentemente<br />

com o <strong>de</strong>creto (ἐπιταγήν) ou or<strong>de</strong>nação do Deus eterno, que se faz conhecido<br />

<strong>de</strong> todas as nações pela obediência <strong>de</strong> fé.” A exposição <strong>de</strong> Calvino está em harmonia<br />

com este ponto <strong>de</strong> vista, que sem dúvida é o correto.

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