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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 2 • 101<br />

pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito foi pronunciada a sentença: “Maldito aquele que não<br />

confirmar as palavras <strong>de</strong>sta lei, não as cumprindo” [Dt 27.26]. Portanto,<br />

o que aguarda os ju<strong>de</strong>us é uma condição ainda pior, visto que sua<br />

con<strong>de</strong>nação já está pronunciada em sua própria lei.<br />

13. Porque os justos não são os simples ouvintes da lei. Paulo antecipa<br />

a objeção que os ju<strong>de</strong>us po<strong>de</strong>riam apresentar. Eles se gloriavam<br />

em seu peculiar conhecimento da lei, porque compreendiam que ela era<br />

a regra <strong>de</strong> justiça [Dt 4.1]. Para refutar essa falsa impressão, o apóstolo<br />

assevera que ouvir ou conhecer a lei não é suficiente para adquirir-se<br />

justiça, senão que é indispensável praticá-la em concordância com o que<br />

está escrito: “cumprindo os quais, o homem viverá por eles” [Lv 18.5; cf.<br />

Rm 10.5; Gl 3.12]. O sentido <strong>de</strong>ste versículo, portanto, consiste em que,<br />

se a justiça for buscada através da lei, então esta precisa ser cumprida,<br />

pois a justiça da lei consiste na perfeição das obras. Aqueles que interpretam<br />

mal esta passagem com o propósito <strong>de</strong> construir a doutrina da<br />

justificação com base nas obras, merecem a repulsa universal. Portanto,<br />

é impróprio e irrelevante introduzir aqui prolongada discussão sobre a<br />

justificação para solver um argumento tão fútil. O apóstolo, dirigindo-se<br />

aos ju<strong>de</strong>us, insiste somente neste juízo da lei, o qual já mencionara, ou,<br />

seja: não po<strong>de</strong>m ser justificados pela lei, a não ser que a cumpram, e que,<br />

se a transgredirem, uma maldição se acha prontamente pronunciada<br />

contra eles. Não negamos que a lei é a norma da justiça absoluta; mas,<br />

visto que todos os homens estão convencidos <strong>de</strong> sua transgressão,<br />

afirmamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se buscar outra justiça. De fato, po<strong>de</strong>mos<br />

provar, à luz <strong>de</strong>sta passagem, que ninguém é justificado pelas obras. Se<br />

somente aqueles que cumprem a lei são por ela justificados, segue-se,<br />

pois, que ninguém é justificado, porque não é possível encontrar alguém<br />

que possa vangloriar-se <strong>de</strong> ter cumprido [perfeitamente] a lei. 10<br />

claramente à primeira parte, on<strong>de</strong> se usa a palavra ‘pereceu’; e que significa ‘con<strong>de</strong>nado’<br />

é evi<strong>de</strong>nte, pois os que têm ‘pecado’ são as pessoas referidas.<br />

10 Sobre a expressão “ouvintes da lei”, Stuart faz estas observações: “O Apóstolo aqui fala <strong>de</strong><br />

οἱ ἀκροαταὶ του̑ νόμου, porque os ju<strong>de</strong>us estavam acostumados a ouvir a leitura pública das<br />

Escrituras; muitos <strong>de</strong>les, porém, não possuíam individualmente cópias do sacro volume<br />

que pu<strong>de</strong>ssem ler.”

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