27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 2 • 115<br />

25. De fato, a circuncisão será proveitosa se fores observador da<br />

lei. Paulo antecipa a objeção que os ju<strong>de</strong>us po<strong>de</strong>riam apresentar em<br />

oposição a ele, em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> sua própria causa. Se a circuncisão era<br />

símbolo do pacto do Senhor, por meio do qual ele elegera a Abraão e<br />

a sua progênie como seu povo particular, então, por essa conta, aparentemente<br />

não era em vão que se vangloriavam. Contudo, visto que<br />

negligenciavam aquilo que o sinal significava, e atentavam somente para<br />

a aparência externa, o apóstolo respon<strong>de</strong> que não havia razão alguma<br />

para firmar suas alegações em algo que não passava <strong>de</strong> mero sinal. O<br />

verda<strong>de</strong>iro caráter da circuncisão consistia numa promessa espiritual,<br />

a qual requeria fé. Os ju<strong>de</strong>us negligenciavam tanto a promessa quanto<br />

a fé; por essa razão, sua confiança era vã. É por conta disso que aqui,<br />

como em sua Epístola aos Gálatas, Paulo omite <strong>de</strong>clarar o principal uso<br />

da circuncisão e aplica o que diz ao patente erro <strong>de</strong>les.<br />

Devemos notar tal fato criteriosamente, pois se Paulo estava explicando<br />

toda a natureza e propósito da circuncisão, teria sido inconsistente<br />

não fazendo menção da graça e da promessa gratuita. Em ambos os<br />

casos, contudo, ele fala segundo as exigências <strong>de</strong> seu tema, e portanto<br />

discute só aquela parte que era disputada.<br />

Os ju<strong>de</strong>us acreditavam que a circuncisão era em si mesma suficiente<br />

para o propósito <strong>de</strong> alcançar-se a justiça. Argumentando, pois, com base<br />

em seus próprios termos, o apóstolo respon<strong>de</strong> que, se este benefício<br />

é esperado da circuncisão, a condição consiste em que o indivíduo<br />

circuncidado <strong>de</strong>ve provar ser um consagrado e perfeito adorador <strong>de</strong><br />

Deus. A circuncisão, pois, requer perfeição. O mesmo po<strong>de</strong> igualmente<br />

dizer-se <strong>de</strong> nosso batismo. Se alguém põe sua confiança exclusivamente<br />

na água do batismo, e acredita estar justificado, como se houvera com<br />

isso obtido a santida<strong>de</strong> da própria or<strong>de</strong>nança, <strong>de</strong>vemos apresentar em<br />

objeção a isso o propósito do batismo, ou, seja: é por meio <strong>de</strong>le que<br />

o Senhor nos chama à santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. A graça e a promessa, que o<br />

batismo nos testifica e sela, não <strong>de</strong>vem, neste caso, ser mencionadas,<br />

visto que temos que tratar com pessoas que se contentam com a simples<br />

sombra vazia do batismo, e tampouco pon<strong>de</strong>ram nem consi<strong>de</strong>ram o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!