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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 13 • 529<br />

Ele diz que a noite vai alta, porque não estamos envolvidos por<br />

<strong>de</strong>nsas trevas, como os incrédulos que não conseguem ver sequer<br />

uma fagulha <strong>de</strong> vida. O evangelho põe diante <strong>de</strong> nossos olhos a esperança<br />

da ressurreição. De fato, a luz da fé, pela qual <strong>de</strong>scobrimos<br />

que a plenitu<strong>de</strong> do resplendor da glória celestial está chegando, <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>spertar-nos e livrar-nos <strong>de</strong> um viver <strong>de</strong>spreocupado em nossa<br />

jornada terrena. Em seguida, ao nos intimar a andarmos na luz como<br />

em pleno dia, ele <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> aplicar a mesma metáfora, pois passa a<br />

comparar nosso presente estado ao dia, no qual Cristo brilha em nós.<br />

Paulo pretendia, <strong>de</strong> várias maneiras, exortar-nos às vezes a meditar<br />

sobre a vida por vir e às vezes a tratar Deus com toda reverência.<br />

13. Não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções,<br />

não em contendas e ciúmes. Ele menciona aqui três gêneros <strong>de</strong><br />

vícios, cada qual referido em dupla, ou, seja: os vícios da intemperança,<br />

os vícios da luxúria carnal, conectados com o comportamento <strong>de</strong><br />

ciúmes e contendas. Se tais ações são tão vexatórias que mesmo as<br />

pessoas carnais se sentem embaraçadas em cometê-las na presença<br />

<strong>de</strong> seus semelhantes, nós, que andamos na luz <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>vemos<br />

<strong>de</strong>finitivamente evitar praticá-las, mesmo quando longe dos olhares<br />

humanos. Ainda que mencione contendas antes <strong>de</strong> ciúmes, no terceiro<br />

grupo, Paulo indubitavelmente tencionava instruir-nos, dizendo<br />

que a origem das disputas e contendas vem da mesma fonte, pois<br />

quando alguém busca a preeminência, predomina a inveja mútua.<br />

A ambição é a causa <strong>de</strong> ambos os males. 13<br />

14. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo. Esta metáfora<br />

ocorre com muita freqüência na Escritura, quando se trata daquilo<br />

que dignifica ou <strong>de</strong>grada uma pessoa. Ambos os fatores po<strong>de</strong>m ser<br />

vistos em seu vestir. Uma vestimenta suja e rota lhe traz humilhação;<br />

13 O caso é o mesmo com os dois exemplos anteriores; o vício que parece vir em seguida<br />

é posto primeiro. Diversão é mencionado primeiro, embora bebedice venha antes;<br />

e concubinato, ou a entrega a paixões ilícitas, é <strong>de</strong>clarado primeiro, embora lascívia ou<br />

libertinagem seja a fonte da qual proce<strong>de</strong>. É um exemplo do modo <strong>de</strong> escrever do apóstolo,<br />

semelhante ao que encontramos em 11.29 quanto a “os dons e a vocação <strong>de</strong> Deus”,<br />

e no versículo 33, quanto a “a sabedoria e o conhecimento <strong>de</strong> Deus”.

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