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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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214 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

amor para conosco é muitíssimo sólido e verda<strong>de</strong>iro, visto que<br />

não poupou a Cristo, seu próprio Filho, por amor aos ímpios. Nisso<br />

se manifestou seu amor, ou, seja: sem ser influenciado por nosso<br />

amor, ele nos amou mesmo antes <strong>de</strong> usar seu próprio beneplácito<br />

em nosso favor, como João mesmo nos diz [Jo 3.16]. O termo pecadores<br />

(como em muitas outras passagens) significa aqueles que<br />

são completamente corruptos e entregues ao pecado – veja-se João<br />

9.31: “Deus não ouve a pecadores”, ou, seja: o ímpio e o culpado. A<br />

“mulher pecadora” significa uma mulher que vivia vida vergonhosa<br />

[Lc 8.37]. Isso se torna ainda mais claro a partir do contraste que se<br />

segue imediatamente, ou, seja: Muito mais agora, sendo justificados<br />

por seu sangue. Visto que ele contrasta estes dois elementos, e faz<br />

referência àqueles que são libertados da culpa <strong>de</strong> seu pecado, como<br />

sendo justificados, segue-se necessariamente que o termo pecadores<br />

significa aqueles que são con<strong>de</strong>nados por suas ações perversas. 9<br />

A súmula <strong>de</strong> tudo consiste em que, se Cristo obteve justiça para<br />

os pecadores, pela instrumentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua morte, então agora<br />

os protegerá muito mais da <strong>de</strong>struição, já que são justificados. Na<br />

última frase ele aplica a sua própria doutrina a comparação entre o<br />

menor e o maior. Não teria sido suficiente que Cristo houvesse uma<br />

vez por todas granjeado a salvação para nós, se porventura não a<br />

mantivesse ilesa e segura até o fim. Isso é o que o apóstolo agora<br />

assevera, <strong>de</strong>clarando que não temos razão para temer que Cristo não<br />

conclua a concessão <strong>de</strong> sua graça <strong>de</strong>stinada a nós antes que tenha<br />

chegado nosso fim pre<strong>de</strong>terminado. Tal é nossa condição, visto que<br />

ele nos reconciliou com o Pai, ou, seja: que ele propôs esten<strong>de</strong>r-nos<br />

sua graça <strong>de</strong> forma mais eficaz e fazê-la aumentar dia a dia.<br />

9 O significado dado a συνίστησι não é peculiar. É usado com um acusativo em dois sentidos<br />

– enaltecer, louvar, como em 16.1; 2 Coríntios 3.1; 5.12, 18; e também provar, <strong>de</strong>monstrar,<br />

mostrar, tornar manifesto ou indubitável, e assim confirmar, como em 3.5; 2 Coríntios 6.4;<br />

7.11; Gálatas 2.18. Schleusner se reporta a esta passagem como um exemplo do último<br />

significado. Que Deus provou, ou tornou manifesto, ou mostrou claramente seu amor<br />

parece ser a idéia mais a<strong>de</strong>quada, como a prova ou evidência se <strong>de</strong>clara nas palavras que<br />

se seguem. A versão siríaca dá o sentido <strong>de</strong> mostrar ou provar”. Beza, ‘enaltece’, como<br />

em nossa versão, e Macknight; Doddridge, ‘recomenda’. Hodge, ‘tornar conspícuo’.

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