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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 15 • 567<br />

que pregava retivesse sua autorida<strong>de</strong>. Os romanos eram um povo<br />

muito altaneiro, e o nome <strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong> convertia mesmo os <strong>de</strong><br />

condição a mais humil<strong>de</strong> em pessoas presunçosas. Eles eram, por<br />

isso, indispostos em aceitar estranhos, particularmente se não<br />

eram <strong>de</strong> origem latina ou judaica. Paulo não pretendia combater<br />

esse orgulho em seu próprio nome, contudo o subjuga por meio<br />

<strong>de</strong> gentil lisonja, <strong>de</strong>clarando que estava assumindo a ousadia <strong>de</strong><br />

dirigir-se-lhes em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu ofício apostólico.<br />

De que vós estais possuídos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>, cheios <strong>de</strong> todo conhecimento.<br />

Duas qualificações particulares são requeridas <strong>de</strong> um<br />

conselheiro. Deve ser possuído <strong>de</strong> um espírito humano, <strong>de</strong> um coração<br />

enternecido para assistir a seus irmãos por meio <strong>de</strong> conselhos<br />

a fim <strong>de</strong> que se disponham a <strong>de</strong>monstrar fraternida<strong>de</strong> em palavra e<br />

atitu<strong>de</strong>. Deve ser possuído <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> ou prudência que lhe assegure<br />

autorida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo que seja capaz <strong>de</strong> ajudar os ouvintes que<br />

a ele recorrem. Não há nada pior no conselho fraternal do que um<br />

espírito azedo e arrogante, pois ele nos leva a <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar e a sentir<br />

enfado por aqueles que se acham em erro, e nos leva a ameaçá-los<br />

com o ridículo em vez <strong>de</strong> corrigi-los. A aspereza também, seja em<br />

palavras, seja em expressão, priva nosso conselho <strong>de</strong> seus efeitos.<br />

Ainda quando excedamos em espírito humanitário e em cortesia,<br />

jamais seremos as pessoas certas para ministrar conselhos, a não<br />

ser que cultivemos muita sabedoria e adquiramos muita experiência.<br />

Paulo, pois, atribui ambas estas qualificações aos romanos, e<br />

testifica que eles mesmos eram perfeitamente capazes <strong>de</strong> exortar<br />

uns aos outros sem o auxílio <strong>de</strong> um terceiro, pois admite que eram<br />

ricamente dotados tanto <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> quanto <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong>. Eles<br />

eram, portanto, perfeitamente capazes <strong>de</strong> oferecer encorajamento.<br />

15. Entretanto vos escrevi em parte mais ousadamente. Ele agora<br />

isenta sua conduta, e, para mostrar sua discrição, admite a ousadia<br />

<strong>de</strong> sua ação por ter-se interposto numa questão que eles mesmos<br />

tinham condição <strong>de</strong> resolver. Contudo acrescenta que escolhera este<br />

procedimento ousado movido pela compulsão <strong>de</strong> seu ofício, visto

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