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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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56 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

ria, particularmente, <strong>de</strong>sejado tão ar<strong>de</strong>ntemente promover a salvação<br />

<strong>de</strong>les através <strong>de</strong> seus próprios esforços. Seu <strong>de</strong>svelo e <strong>de</strong>sejo, pois,<br />

eram provas inequívocas <strong>de</strong> sua afeição por eles, pois essas atitu<strong>de</strong>s<br />

não po<strong>de</strong>m jamais existir a menos que sua fonte esteja radicada no<br />

amor. Contudo, visto que Paulo tinha consciência <strong>de</strong> que era indispensável<br />

convencer os romanos <strong>de</strong> sua sincerida<strong>de</strong> para com eles, a fim<br />

<strong>de</strong> estabelecer a confiança em sua pregação, ele acrescenta um juramento<br />

– caminho inevitável <strong>de</strong> toda e qualquer <strong>de</strong>claração que precisa<br />

ser estabelecida com isenção <strong>de</strong> toda dúvida a fim <strong>de</strong> ser aceita. Se um<br />

juramento é um mero apelo a Deus para a confirmação do que vamos<br />

dizer, <strong>de</strong>vemos atribuir sabedoria ao juramento do apóstolo, o qual ele<br />

assumiu sem com isso transgredir a proibição <strong>de</strong> Cristo.<br />

É evi<strong>de</strong>nte à luz <strong>de</strong>sse fato que não era o propósito <strong>de</strong> Cristo (como<br />

os anabatistas supersticiosamente concluem) abolir sumariamente os<br />

juramentos, senão que, ao contrário, restaura a legítima observância<br />

da Lei. Esta, ao permitir um juramento, con<strong>de</strong>na tão-somente o perjúrio<br />

e a promessa <strong>de</strong>snecessária no juramento. Portanto, se vamos<br />

fazer um juramento <strong>de</strong> maneira apropriada, <strong>de</strong>vemos imitar a serieda<strong>de</strong><br />

e atitu<strong>de</strong> reverente que foram <strong>de</strong>monstradas pelos apóstolos.<br />

Entretanto, para enten<strong>de</strong>rmos esta forma <strong>de</strong> juramento é necessário<br />

que entendamos que, ao evocarmos a Deus como testemunha, evoquemo-lo<br />

como Aquele que age no caráter <strong>de</strong> vingador caso juremos<br />

dolosamente, como Paulo afirma em outra parte, nestas palavras: “Eu,<br />

porém, por minha alma, tomo a Deus por testemunha...” [2Co 1.23]. 20<br />

A quem sirvo em meu espírito. Já que indivíduos irreverentes e<br />

zombadores <strong>de</strong> Deus cultivam o hábito <strong>de</strong> escudar-se em seu Nome<br />

como mero pretexto, tanto em busca <strong>de</strong> segurança quanto para dissimular<br />

sua pretensão, Paulo aqui enaltece sua própria <strong>de</strong>voção a fim<br />

20 A passagem <strong>de</strong> Mateus 5.33-37 amiú<strong>de</strong> tem sido totalmente incompreendida. É plenamente<br />

evi<strong>de</strong>nte à luz do que a própria passagem contém que somente os juramentos no<br />

diálogo coloquial são proibidos. Nos juramentos solenes nunca houve o jurar pelo ‘céu’<br />

ou pelo ‘trono <strong>de</strong> Deus’ ou ‘pela terra’ ou por ‘Jerusalém’ ou pela ‘cabeça’. Tais formas só<br />

eram usadas na conversação, como as que ainda são usadas; e esses tipos <strong>de</strong> juramento<br />

são con<strong>de</strong>nados somente por nosso Salvador.

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