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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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498 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

8. O que contribui, faça-o com liberalida<strong>de</strong> [ou simplicida<strong>de</strong>]. À<br />

luz <strong>de</strong>stas últimas sentenças, vemos claramente que aqui nos é revelado<br />

qual o uso legítimo dos dons divinos. Ao mencionar neste ponto os<br />

contribuintes [μεταδιδου̑ντας], o apóstolo não está se referindo àqueles<br />

que doam <strong>de</strong> suas próprias posses, mas, tecnicamente, aos diáconos<br />

que se acham incumbidos da distribuição dos erários públicos da<br />

Igreja. Ao mencionar aqueles que exercem misericórdia [ἐλεου̑ντας],<br />

ele indica as viúvas e outros ministros, os quais eram nomeados a fim<br />

<strong>de</strong> cuidarem dos enfermos, segundo o costume da Igreja Primitiva. As<br />

funções <strong>de</strong> prover o necessário para os pobres, e <strong>de</strong> <strong>de</strong>votar cuidado<br />

a seu bem-estar [físico], eram distintas. Sobre a primeira, ele imprime<br />

simplicida<strong>de</strong>, por meio da qual <strong>de</strong>vem administrar fielmente o que lhes<br />

fora confiado, sem frau<strong>de</strong> e sem parcialida<strong>de</strong>. Sobre a segunda, ele<br />

<strong>de</strong>seja uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> complacência com contentamento, para<br />

que não aconteça, como é freqüente, <strong>de</strong> prejudicarem os serviços que<br />

lhes foram confiados por meio <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> displicente. Como nada<br />

proporciona mais consolação a um enfermo, ou a alguém que sofre<br />

<strong>de</strong> algum outro infortúnio, do que se ver diante <strong>de</strong> pessoas amigas<br />

solícitas e prontamente dispostas a oferecer-lhe sua prestimosa mão,<br />

assim também, caso observe traços <strong>de</strong> tristeza no semblante <strong>de</strong> seu<br />

benfeitor, sentir-se-á afrontado, e não beneficiado.<br />

Ao falar daqueles que presi<strong>de</strong>m [προισταμένους], o apóstolo, com<br />

proprieda<strong>de</strong>, está se referindo àqueles a cujas mãos o governo da Igreja<br />

é confiado. Estes são os anciãos [seniores] que presi<strong>de</strong>m e governam<br />

os <strong>de</strong>mais membros e exercem a disciplina. Não obstante, o que ele diz<br />

<strong>de</strong>stes po<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r-se e incluir todo e qualquer gênero <strong>de</strong> governo.<br />

Gran<strong>de</strong> prudência é requerida daqueles que têm a incumbência da<br />

segurança <strong>de</strong> todos; e gran<strong>de</strong> diligência, daqueles que têm o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

manter vigilância, dia e noite, para a preservação <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong>.<br />

As circunstâncias daquele período, contudo, provam que Paulo não está<br />

falando <strong>de</strong> governos em termos gerais (porquanto naquele tempo não<br />

havia magistrados crentes), mas dos anciãos que eram os juízes para<br />

a regulamentação da moral e dos costumes [morum censores].

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