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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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200 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

salvação, se <strong>de</strong>tém só na morte <strong>de</strong> Cristo, todavia, no presente caso,<br />

o apóstolo vai além; e como propôs apresentar um relato mais explícito<br />

da causa <strong>de</strong> nossa salvação, então alinha as duas partes <strong>de</strong>la. Ele<br />

diz, primeiramente, que nossos pecados foram expiados pela morte<br />

<strong>de</strong> Cristo; e, em segundo lugar, que nossa justiça foi adquirida através<br />

<strong>de</strong> sua ressurreição. A súmula consiste no fato <strong>de</strong> que, quando<br />

possuímos o benefício da morte e ressurreição <strong>de</strong> Cristo, a justiça é<br />

consumada em todas suas partes. Não há dúvida <strong>de</strong> que, ao separar<br />

a morte <strong>de</strong> Cristo <strong>de</strong> sua ressurreição, Paulo está acomodando sua<br />

linguagem à nossa ignorância, porque, por outro lado, é verda<strong>de</strong> que<br />

a nossa justiça fora granjeada pela obediência <strong>de</strong> Cristo <strong>de</strong>monstrada<br />

em sua morte, como o apóstolo nos ensinará no próximo capítulo.<br />

Entretanto, visto que Cristo nos fez conhecer o quanto ele realizou<br />

em sua morte, ressuscitando dos mortos, esta distinção também<br />

nos ensinará que nossa salvação começou pelo sacrifício por meio<br />

do qual nossos pecados foram expiados, e finalmente o mesmo foi<br />

completado por sua ressurreição. O início da justiça é nossa reconciliação<br />

com Deus, e sua completação é o reinado da vida quando<br />

a morte houver sido <strong>de</strong>struída. Paulo, pois, ensina que a satisfação<br />

para os nossos pecados foi consumada na cruz, pois a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

nossos pecados por Cristo era necessária a fim <strong>de</strong> que ele pu<strong>de</strong>sse<br />

restaurar-nos ao favor do Pai. Isto só podia ser realizado sofrendo<br />

ele, em nosso lugar, o castigo que não seríamos capazes <strong>de</strong> suportar.<br />

“O castigo que nos traz a paz”, diz Isaías, “estava sobre ele” [Is 53.5].<br />

O apóstolo diz que ele [Cristo] foi entregue, antes que fosse morto,<br />

visto que a expiação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do beneplácito eterno <strong>de</strong> Deus, que<br />

escolheu essa forma <strong>de</strong> reconciliação.<br />

E ressuscitou para nossa justificação. Não teria sido suficiente<br />

que Cristo se expusesse à ira e ao juízo divino, bem como arcar<br />

com a maldição <strong>de</strong>vida a nossos pecados, a não ser que ele também<br />

emergisse como vitorioso sobre a maldição; e tendo sido recebido<br />

na glória celestial, reconciliou Deus conosco por sua intercessão. O<br />

po<strong>de</strong>r da justificação, portanto, que subjugou a morte, é atribuído a

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