27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

236 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

respostas às questões transcen<strong>de</strong>ntais, a fim <strong>de</strong> que a doutrina cristã<br />

não seja envolvida em aparentes absurdos.<br />

O apóstolo sai no encalço da objeção que é mais comumente assacada<br />

contra a proclamação da graça divina. Ou, seja: se porventura<br />

for verda<strong>de</strong> que a graça <strong>de</strong> Deus nos assistirá muito mais liberal e<br />

abundantemente à medida que nos sentimos sobrecarregados com<br />

um fardo <strong>de</strong> pecados sempre mais pesado, então nada melhor que<br />

provocarmos a ira <strong>de</strong> Deus, submergindo-nos no abismo do pecado<br />

e perpetrando-o cada vez mais com novas ofensas, pois só assim<br />

experimentaremos a graça mais abundantemente, visto que ela se<br />

constitui no maior benefício que porventura venhamos a <strong>de</strong>sejar.<br />

Veremos mais adiante como po<strong>de</strong>mos refutar um conceito tão estapafúrdio<br />

e virulento.<br />

2. De modo nenhum [que Deus nos livre!]. Certos intérpretes<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a tese <strong>de</strong> que o único <strong>de</strong>sejo do apóstolo era reprovar<br />

com indignação uma atitu<strong>de</strong> tão irracional e fútil. Contudo, outras<br />

passagens provam que freqüentemente Paulo mostra ao longo <strong>de</strong> seu<br />

argumento quão corriqueira era tal atitu<strong>de</strong>. Aqui também contesta,<br />

com muito tato e <strong>de</strong> forma breve, a calúnia contra sua doutrina da<br />

graça. Em primeiro lugar, contudo, ele rejeita tal calúnia com uma<br />

negativa saturada <strong>de</strong> indignação, com o fim <strong>de</strong> advertir seus leitores<br />

que não há maior contradição do que nutrirmos nossos vícios a pretexto<br />

da graça <strong>de</strong> Cristo, visto que ela é o único meio <strong>de</strong> restaurar<br />

nossa justiça.<br />

Nós os que para ele morremos? Agora ele extrai seu argumento<br />

da posição contrária. Porquanto, quem peca, vive para o pecado.<br />

No entanto, pela graça <strong>de</strong> Cristo estamos mortos para o pecado.<br />

Portanto, é falso sustentar que aquilo que abole o pecado lhe injeta<br />

maior força. A verda<strong>de</strong>, ao contrário disto, resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> que os<br />

crentes nunca são reconciliados com Deus sem que recebam antes<br />

o dom da regeneração. Deveras, somos justificados com este mesmo<br />

propósito, a saber: que em seguida adoremos a Deus em pureza<br />

<strong>de</strong> vida. Cristo nos lava com seu sangue e faz Deus propício para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!