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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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390 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

passagem, como o fazem alguns escolásticos, no sentido em que Faraó<br />

fora preservado por um período <strong>de</strong> tempo, visto que a discussão<br />

aqui, ao contrário, se refere ao que aconteceu no início. Visto que<br />

muitos aci<strong>de</strong>ntes costumam sobrevir ao ser humano, proce<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> várias direções com o fim <strong>de</strong> retardar seus propósitos e impedir<br />

o curso normal <strong>de</strong> suas ações, Deus diz que Faraó era produto da<br />

eleição divina, e que seu caráter lhe fora dado por Deus mesmo. As<br />

palavras eu te levantei se a<strong>de</strong>quam muito bem a esta interpretação.<br />

Mas para que ninguém concluísse que Faraó fora divinamente<br />

compelido por um impulso universal e confuso a precipitar-se <strong>de</strong><br />

ponta-cabeça naquela violenta conduta, Paulo nota a causa ou<br />

<strong>de</strong>sígnio específico <strong>de</strong> sua ação. É evi<strong>de</strong>nte que Deus sabia o que<br />

Faraó estava para fazer, mas <strong>de</strong>liberadamente o nomeara para este<br />

propósito. Já que é inútil discutir com Deus, como se fosse ele obrigado<br />

a apresentar razão daquilo que proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua soberania, o<br />

apóstolo antecipa esta objeção, <strong>de</strong>clarando que os réprobos, em<br />

quem Deus <strong>de</strong>seja que seu po<strong>de</strong>r se faça notório, são proce<strong>de</strong>ntes<br />

da fonte secreta <strong>de</strong> sua providência.<br />

18. Logo, tem ele misericórdia <strong>de</strong> quem quer. A conseqüência<br />

com respeito tanto aos eleitos quanto aos réprobos é aqui apresentada.<br />

É preciso que compreendamos esta expressão como sendo a<br />

conclusão do apóstolo, pois ele prontamente entra em discussão com<br />

seus oponentes, e começa a trazer a lume as objeções que po<strong>de</strong>riam<br />

apresentar-se do lado <strong>de</strong> lá. Não há dúvida, pois, como já sugerimos,<br />

<strong>de</strong> que Paulo está expressando sua própria opinião, ao dizer que<br />

Deus favorece com sua misericórdia a quem ele quer, consoante sua<br />

própria vonta<strong>de</strong>, e que revela a severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu juízo contra qualquer<br />

pessoa, como ele bem quer. O propósito <strong>de</strong> Paulo é levar-nos<br />

a aceitar o fato <strong>de</strong> que pareceu bem a Deus iluminar alguns a fim<br />

<strong>de</strong> que viessem a ser salvos, e cegou a outros a fim <strong>de</strong> que viessem<br />

a ser <strong>de</strong>struídos; para que em nossas mentes fiquemos satisfeitos<br />

com a diferença que se evi<strong>de</strong>ncia entre os eleitos e os réprobos, e<br />

não busquemos a causa em qualquer outra parte, senão na vonta<strong>de</strong>

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