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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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550 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

sua <strong>de</strong>masiada liberalida<strong>de</strong>. Devemos, pois, em nosso zelo, ao abrir<br />

concessão uns aos outros, fazer discriminação e consi<strong>de</strong>rar o que é<br />

proveitoso, <strong>de</strong> modo a alegremente dar a nosso irmão tudo quanto<br />

sirva para enriquecer sua salvação. Por isso, Paulo, noutra passagem,<br />

nos admoesta: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas<br />

convêm”, apresentando imediatamente a razão: “mas nem todas as<br />

coisas edificam” [1Co 10.23-24].<br />

20. Paulo efetivamente reitera a mesma idéia: Não <strong>de</strong>struas a<br />

obra <strong>de</strong> Deus por causa <strong>de</strong> tua comida, 16 e quer dizer com isso<br />

que não está exigindo abstinência, caso ela envolva algum prejuízo<br />

à pieda<strong>de</strong>, segundo já afirmara. Ainda que não comamos tudo<br />

quanto gostaríamos, mas nos abstenhamos do uso <strong>de</strong> alimentos,<br />

caso isso traga benefício a nossos irmãos, todavia o reino <strong>de</strong> Deus<br />

permanece íntegro.<br />

Todas as coisas, na verda<strong>de</strong>, são limpas. Ele concorda que todas<br />

as coisas são puras, mas faz uma exceção, adicionando: mas é<br />

nocivo para o homem comer com escândalo. É como se dissesse:<br />

“A comida é boa, mas é nocivo o escândalo que ela po<strong>de</strong> causar.”<br />

Toda alimentação nos foi dada para que nos alimentemos, contanto<br />

que não ofendamos o amor. Portanto, fazer violência ao amor por<br />

causa <strong>de</strong> comida é tornar impuro aquilo que é em si mesmo puro.<br />

Ele conclui <strong>de</strong>ste fato que é bom abster-se <strong>de</strong> algo que po<strong>de</strong> gerar<br />

escândalo a nossos irmãos. 17<br />

22. A fé que tens, tem-na para ti mesmo<br />

perante Deus. Bem-aventurado é<br />

aquele que não se con<strong>de</strong>na naquilo<br />

que aprova.<br />

22. Tu fi<strong>de</strong>m habes? apud teipsum<br />

habe coram Deo. Beatus qui non judicat<br />

seipsum in eo quod examinat.<br />

16 Esta é uma sentença semelhante, porém não a mesma, que se encontra no versículo 15.<br />

O verbo é diferente, κατάλυε; que significa <strong>de</strong>sfazer, soltar, <strong>de</strong>rrubar.<br />

17 O que aqui se diz prova o que se <strong>de</strong>clarou numa nota sobre o versículo 13, ou, seja, que<br />

σκάνδαλον é um mal menor que πρόσκομμα, só que a idéia <strong>de</strong> tropeço, em vez <strong>de</strong> obstrução<br />

ou impedimento, é dada aqui à primeira palavra. O apóstolo ainda adota, por assim dizer,<br />

a escala ascen<strong>de</strong>nte. Ele primeiro menciona o efeito mais óbvio, a queda real, o mal extremo,<br />

e então passa para o obstáculo no caminho; e, em terceiro lugar, o enfraquecimento<br />

da fé do indivíduo. A or<strong>de</strong>m real do processo é o reverso – o enfraquecimento, então o<br />

impedimento e, por fim, o tropeço que ocasiona a queda.

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