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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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148 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

negara que a justiça proce<strong>de</strong>nte da fé necessita da assistência da<br />

lei, então ele insiste que ela é confirmada pelo seu testemunho. E<br />

se a lei dá testemunho da justiça gratuita, é evi<strong>de</strong>nte que ela não<br />

fora dada com o fim <strong>de</strong> ensinar aos homens como apropriar-se da<br />

justiça por meio das obras. Aqueles, pois, que <strong>de</strong>turpam a lei com<br />

este propósito, pervertem-na. E se porventura alguém <strong>de</strong>seja uma<br />

prova <strong>de</strong>ste fato, então que examine, pela or<strong>de</strong>m, os itens principais<br />

do ensino mosaico, e assim <strong>de</strong>scobrirá que no princípio o homem,<br />

ao ser lançado para fora do reino <strong>de</strong> Deus, não pô<strong>de</strong> contar com<br />

outros meios <strong>de</strong> restauração senão aquele contido nas promessas<br />

evangélicas concernentes à bendita semente, por meio da qual foi<br />

predito que a cabeça da serpente seria esmagada [Gn 3.15], e na<br />

qual uma bênção fora prometida às nações. Nos mandamentos encontraremos<br />

prova <strong>de</strong> nossa iniqüida<strong>de</strong>, e nos sacrifícios e oblações<br />

apren<strong>de</strong>remos que a satisfação e purificação só serão encontradas<br />

em Cristo. 28 Se formos aos profetas, então <strong>de</strong>scobriremos as mais<br />

insofismáveis promessas da graciosa misericórdia. Sobre este ponto,<br />

vejam-se minhas Institutas [Livro II.vii,x].<br />

22. Justiça <strong>de</strong> Deus pela fé em Jesus Cristo. 29 O apóstolo <strong>de</strong>monstra<br />

sucintamente que esta justificação só po<strong>de</strong> ser encontrada em<br />

Cristo e apreendida pela fé. Ao introduzir o nome <strong>de</strong> Deus, contudo,<br />

ele parece fazê-lo o Autor, e não meramente o aprovador da justiça<br />

anunciada por ele mesmo, como se dissesse que a mesma emana<br />

somente <strong>de</strong> Deus, ou que sua origem está no céu, mas que nos foi<br />

revelada em Cristo.<br />

28 Concorrente com o que se diz aqui é esta notável e con<strong>de</strong>nsada passagem <strong>de</strong> Scott: “foi<br />

testemunhada pela lei e pelos profetas; as testemunhas testificaram; a própria exatidão da<br />

lei moral e suas maldições legais, sendo comparadas com as promessas <strong>de</strong> misericórdia<br />

aos pecadores, implícitas nela; as promessas e predições do Messias <strong>de</strong>ram testemunho<br />

<strong>de</strong>la; a fé e a esperança dos crentes antigos a reconhecem; e todo o Velho Testamento,<br />

corretamente entendido, ensinou os homens a esperarem e a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>la.”<br />

29 As palavras que se seguem, διὰ πίστεως Ἰησου̑ Χριστου̑, “por ou através da fé <strong>de</strong> Jesus Cristo”,<br />

significam não a fé que é sua, mas a fé da qual ele é o objeto. Têm <strong>de</strong> ser traduzidas<br />

“através da fé em Jesus Cristo”. O caso genitivo tem às vezes este significado: “Εχετε πίστιν<br />

Θεου̑ – Tenha fé em [<strong>de</strong>] Deus” [Mc 11.22]; “Εν πίστει ζω̑ τῃ του̑ υἱου̑ του̑ Θεου̑ – Vivo pela fé<br />

do Filho <strong>de</strong> Deus”; seria em nossa linguagem: “Vivo pela fé no Filho <strong>de</strong> Deus.” Este caso<br />

genitivo do objeto é um hebraísmo, e é <strong>de</strong> freqüente ocorrência.

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