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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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126 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

<strong>de</strong> Deus, elas a tornam ainda mais evi<strong>de</strong>nte e mais proeminente.<br />

Davi dá testemunho a este respeito, dizendo que, visto ser ele um<br />

pecador, tudo quanto <strong>de</strong>termine Deus fazer-lhe, será ele sempre<br />

um Juiz justo e eqüitativo e dominará todas as calúnias dos ímpios<br />

que murmuram contra sua justiça. Pelo termo palavras <strong>de</strong> Deus,<br />

Davi quer dizer os juízos divinos que Deus pronuncia contra nós.<br />

Enten<strong>de</strong>r isso como sendo as promessas <strong>de</strong> Deus, como comumente<br />

se faz, seria por <strong>de</strong>mais forçado. A partícula que, portanto, não<br />

é final, e não se refere a uma conseqüência forçada, mas sugere a<br />

conclusão: “Foi somente contra ti que pequei, portanto me punirás<br />

com justiça.” A objeção imediatamente adicionada – “Como seria<br />

possível a justiça <strong>de</strong> Deus permanecer perfeita se nossa iniqüida<strong>de</strong><br />

realça sua glória?” – prova que Paulo citou esta passagem <strong>de</strong> Davi<br />

em seu sentido genuíno e apropriado. Como já observei, Paulo teria<br />

em vão e inoportunamente prendido a atenção <strong>de</strong> seus leitores<br />

nesta dificulda<strong>de</strong>, se Davi não houvera entendido que Deus, em sua<br />

extraordinária providência, fizesse até mesmo os pecados humanos<br />

glorificarem sua própria justiça.<br />

Eis a segunda cláusula em hebraico: E sejas puro em teu julgar.<br />

Esta expressão significa simplesmente que Deus, em todos seus<br />

juízos, é digno <strong>de</strong> louvor, não obstante muitos ímpios bradarem e<br />

com furor se esforçarem por extinguir a glória divina por meio <strong>de</strong><br />

suas murmurações. Paulo seguiu a versão grega [Septuaginta], a qual<br />

também adaptou a seu melhor propósito aqui. Sabemos que, ao citar<br />

a Escritura, os apóstolos às vezes usavam uma linguagem mais livre<br />

do que a original, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ficassem satisfeitos se o que citavam<br />

se aplicasse bem a seu tema, e daí não se preocupavam muito com<br />

o uso [rigoroso] das palavras.<br />

Portanto, eis a aplicação da presente passagem: “Se porventura<br />

algum dos pecados humanos fizer sobressair a glória do Senhor, e<br />

se ele for especialmente glorificado por sua verda<strong>de</strong>, então segue-se<br />

que até mesmo a falsida<strong>de</strong> humana serve para confirmar – em vez<br />

<strong>de</strong> subverter – sua verda<strong>de</strong>.” Embora a palavra κρίνεσθαι possa ser

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