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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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446 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

meio à <strong>de</strong>solação confusa e sombria, visto que um remanescente<br />

ainda fora <strong>de</strong>ixado. Para confirmar isso com maior segurança, ele<br />

expressamente os intitula <strong>de</strong> remanescentes, visto que, por serem<br />

preservados pela graça <strong>de</strong> Deus, testificavam que sua eleição era<br />

imutável, como o Senhor mesmo dissera a Elias [1Rs 19.18], quando<br />

todo o povo havia caído em idolatria, que havia preservado sete mil.<br />

Nossa <strong>de</strong>dução <strong>de</strong>ste fato é como se segue: foi pela benevolência<br />

divina que o povo se livrou da <strong>de</strong>struição. Paulo aqui não está simplesmente<br />

falando da graça, senão que nos chama a atenção para<br />

a eleição, para que aprendamos a atentar reverentemente para o<br />

conselho secreto <strong>de</strong> Deus. Uma das proposições <strong>de</strong> Paulo, portanto,<br />

é que poucos são salvos em comparação com o gran<strong>de</strong> número dos<br />

que levavam o nome <strong>de</strong> “povo <strong>de</strong> Deus”. A outra consiste em que<br />

aqueles a quem Deus escolheu, sem levar em conta seus méritos,<br />

são salvos por seu po<strong>de</strong>r. Eleição da graça é a linguagem hebraica<br />

para a eleição gratuita.<br />

6. E se é pela graça, já não é pelas obras. Paulo amplia sua afirmação<br />

partindo da comparação <strong>de</strong> opostos. A graça divina e o mérito<br />

das obras [humanas] são tão opostos entre si que, se estabelecermos<br />

um, <strong>de</strong>struiremos o outro. Se, pois, não po<strong>de</strong>mos atribuir qualquer<br />

valor às obras no âmbito da eleição, sem com isso obscurecer a<br />

benevolência imerecida <strong>de</strong> Deus, a qual o apóstolo enalteceu tão<br />

sublimemente na eleição, então os fanáticos que fazem dos méritos<br />

[humanos], os quais Deus previra em nós, a causa <strong>de</strong> nossa eleição,<br />

<strong>de</strong>vem pon<strong>de</strong>rar bem que resposta darão a Paulo. Seja o que for que<br />

se queira atribuir às obras, sejam as do passado, sejam as do futuro,<br />

esta afirmação do apóstolo haverá sempre <strong>de</strong> ressoar em nossos<br />

ouvidos. Ele não está falando aqui somente <strong>de</strong> nossa reconciliação<br />

com Deus, nem somente dos meios ou causas imediatas <strong>de</strong> nossa<br />

salvação, senão que vai mais fundo, e pergunta por que Deus escolheu<br />

apenas alguns e ignorou os outros, e isso antes da fundação<br />

do mundo. Ele afirma que Deus não foi levado a fazer tal distinção<br />

por alguma razão que não fosse o fato <strong>de</strong> sentir-se movido por seu

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