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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 1 • 83<br />

observações sobre a “vingança do Senhor”, e adiciona como sua<br />

primeira prova <strong>de</strong>ssa vingança o horrendo crime da concupiscência<br />

<strong>de</strong>snatural. Isso prova que os homens não só se entregaram aos<br />

<strong>de</strong>sejos bestiais, mas se tornaram piores que as próprias bestas [selvagens],<br />

visto que inverteram toda a or<strong>de</strong>m da natureza. Ele, pois,<br />

cataloga um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vícios [asquerosos] que existiram em<br />

todas as épocas, porém, naquele tempo, prevaleciam universalmente<br />

sem qualquer restrição.<br />

Não faz qualquer diferença se estavam ou não envolvidos em<br />

tão odiosa corrupção; o certo é que, ao reprovar a corrupção humana<br />

generalizada, fica suficientemente provado que qualquer pessoa,<br />

sem exceção, é forçada a admitir que possui alguma espécie <strong>de</strong> erro.<br />

Devemos, pois, enten<strong>de</strong>r que o apóstolo está tratando aqui das práticas<br />

monstruosas que têm sido comuns em todas as épocas, e que<br />

eram prevalecentes universalmente naquele tempo. É espantoso como<br />

freqüentemente tais atos abomináveis, pelos quais as próprias feras<br />

sentem aversão, eram então [e o são agora] tolerados. Outros tantos<br />

vícios eram comumente praticados. O apóstolo então cita um catálogo<br />

<strong>de</strong>sses atos vergonhosos, os quais envolvem toda a raça humana.<br />

Conquanto todos os homens não sejam ladrões, homicidas ou adúlteros,<br />

mesmo assim não há um sequer em quem não seja encontrado<br />

algum gênero <strong>de</strong> corrupção, um ou outro laivo vicioso. O apóstolo faz<br />

referência àqueles atos que são em extremo vergonhosos, mesmo na<br />

consi<strong>de</strong>ração popular, e que trazem <strong>de</strong>sonra ao Ser divino, os quais<br />

são qualificados <strong>de</strong> vis paixões.<br />

27. A recompensa merecida pelo seu erro. Aqueles cuja hostilida<strong>de</strong><br />

os tem impedido <strong>de</strong> contemplar a glória divina, em razão da<br />

tenebrosida<strong>de</strong> que impe<strong>de</strong> seus olhos <strong>de</strong> verem a luz que Deus lhes<br />

tem oferecido, merecem <strong>de</strong> fato ser cegos, até que percam a noção <strong>de</strong><br />

si próprios e não percebam o que é <strong>de</strong>ixado em seu próprio benefício.<br />

E aqueles que não se envergonham <strong>de</strong> extinguir ao máximo que po<strong>de</strong>m<br />

a glória <strong>de</strong> Deus, nossa única fonte <strong>de</strong> luz, <strong>de</strong>veras merecem ser cegos<br />

mesmo em plena luz meridiana.

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